domingo, 30 de dezembro de 2007

Ainda em 2007.

Eu andei, a "pedido" do vestibular, pesquisando bastante sobre a obra de Clarice Lispector e vi-me encantada com a literatura clariceana. Evidente que o conhecimento sobre a renomada autora era anterior; a leitura de seus clássicos, porém, iniciou-se a partir de A Hora da Estrela, livro recomendado pela UFPE, o qual me foi bastante útil, inclusive, nas provas. Ainda nas primeiras páginas, deparei-me com meu pensamento recorrente sobre a essência humana explícito no livro. A partir de então, senti-me mais à vontade na leitura, sem intimidações, pois percebi que corroborávamos de uma idéia. Enquanto Rodrigo S.M. (Clarice) descrevia a ingênua Macabéa e fazia uma "análise" da própria análise acerca da protagonista, ele proferiu a seguinte frase que, parafraseando Clarice, soou como uma "explosão" dentro de mim:
"Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?" Tal frase suscita a especulação paradoxal entre Hobbes e Rousseau, que nos impulsiona a refletir se o homem é essencialmente mau ou se é a sociedade que o corrompe. Além de recordar aos leitores o quão cruel e mesquinho é o ser humano, quando o compara com um monstro. O brilhantismo da ucraniana quase pernambucana (risos) torna-se ainda mais evidente na percepção da linguagem extremamente simples e eficiente utilizada pela autora, que não escraviza o leitor ao dicionário. A dificuldade encontrada ao ler Clarice está na complexidade do conteúdo e não na erudição vocabular, pois são textos repletos de psicologia, que, ao meu ver, muito lembra as análises psicológicas de Machado de Assis. Este ano, várias referências à autora foram feitas nos meios comunicativos, em virtude dos 30 anos de sua morte. Em função da admiração pela escritora e da celebração dessa data, não poderia deixar de homenageá-la ainda em 2007, ano em que, inclusive, tive a grande oportunidade de “conhecê-la” mais profundamente. No ensejo de tal homenagem, cito os versos proferidos por Chico Buarque durante uma das entrevistas que integram o livro Clarice Lispector: Entrevistas. Na ocasião, a entrevistadora (Clarice) havia pedido, num clima de informalidade, alguns versos ao músico.
"Como Clarice pedisse
Um versinho que eu não disse
Me dei mal
Ficou lá dentro esperando
Mas deixou seu olho olhando
Com cara de Juízo Final"

*Recomendo o livro Clarice Lispector: Entrevistas, que atualmente integra minha mesinha de cabeceira.
**Créditos a Luciana e a Rafael Martins pelo livro emprestado e pelos conselhos na contrução deste texto, respectivamente.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

XXVIII. Melinda e Melinda - Woody Allen.

Assisti ao filme há algum tempo e, posteriormente, li críticas a respeito, a (imensa) maioria eram negativas. Aqui nessa comunidade (Doutrina dos Filmes Certos), inclusive, muitos demonstraram-se "insatisfeitos" com o desempenho do Woody Aleen nesse trabalho. Eu penso que o filme é de boa qualidade, não um excelentíssimo filme, mas bastante satisfatório. Não tenho muito conhecimento sobre filmes do Woody Allen, na verdade nem entendo muito de filmes; logo não sou a pessoa mais indicada para dá um veredito. Enfim, hoje achei uma crítica positiva sobre o filme e considerei-a bastante válida, ela expressa bem o que eu senti ao assistir a Melinda e Melinda. Deixo aqui o link para vocês avaliarem:

domingo, 23 de dezembro de 2007

XXVII. Recife


Ontem, andando pelas ruas do mangue do meu quintal, aperriei meus companheiros andarilhos ao proferir diversas vezes frases de louvor à cidade do Recife. A "revolta" deles não se devia ao fato de não sermos conterrâneos, afinal somos, mas ao fato da insistência retórica de vangloriar a minha cidade natal em todas as vezes que presto visita ao velho Recife. As belíssimas pontes, as construções antigas e a grandiosidade do rio Capibaribe inspiram e insuflam um enorme espírito recifense que se torna explícito no primeiro batuque do maracatu ou no ritmo exalado das bandas de frevo. Enfim, a partir de então, pensei que essa foto seria excelente para mostrar a beleza das pontes. Alerto, ainda, que não se trata de um nacionalismo aos moldes do major Quaresma, pois além do orgulho exprimido ao passear pelo Recife antigo, há uma imensa tristeza por ver que tal patrimônio histórico-artístico não é suficientemente cuidado e por saber da tamanha violência e criminalidade na nossa capital. Na noite passada mesmo, próximo a uma das pontes, abordaram-nos numa ameaça de assalto, mas resolvemos ignorar e seguir adiante (corajosos!?). Posteriormente, já no bacurau, ao temer uma provável briga entre um cara que pulou a catraca do ônibus e outro cheirando o popular "sucesso", decidimos descer em plena Conde da Boa Vista a fim de encontrar um transporte mais tranqüilo para voltar para casa. A periculosidade da noitada não findava, já na rua da minha casa, enquanto caminhávamos para alcançar o portão, avistamos dois caras de bicicleta (clichê de ladrões da região) que nos fizeram correr a partir do ato rápido de um dos garotos ao pular da bicicleta de repente. Felizmente, por estarmos já próximo de casa, numa rua movimentada, fomos mais uma vez poupados da provável tentativa de assalto. Tal episódio ocorreu no sábado à noite(22/12), enquanto havia show de Nação Zumbi no Marco Zero. E, finalmente em casa, pudemos descansar.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Será que todos os políticos são realmente iguais?

Esta reflexão surgiu de um recado recebido de uma amiga. Dizia-me o seguinte:

Gabriela:
Asclépio: O "Pedro Simon" se revelou um petista no ultimo instante votando a favor do PT e do Lula. Justo ele, que tanto brigou contra o PT e o Lula.Para mim foi um decepção!Será que todos os politicos são realmente iguais?
Responder


Isso é um verdadeiro absurdo Gabi. O que tenho para dizer a você é q não confie, nem acredite em todas as notícias veiculadas pela imprensa escrita ou televisiva. Muitas das informações são altamente vazias, quando não, são falsas inversões ou interpretações q n condizem com os verdadeiros fatos. Um dos mecanismos que ajudam os cidadãos a escolherem os seus representantes é a boa informação n só dos fatos, como e principalmente, de análises mais sofisticadas de dadas realidades. Infelizmente, nossa Ciência Política ainda é muito vã, se comparada a de outros países a começar pela dos EUA. Digo mais, não só nossa Ciência Política, como também a nossa própria democracia.

Explicarei. Para muitos seria um absurdo o que irei dizer. No entanto, há provas e estudos empíricos que apontam que o Brasil é um país governável e que a nossa democracia está em vias de consolidação. Para afirmar tal coisa, os analistas apontam que mecanismos como, fragmentação partidária, baixa disciplina, fisiologismo, estão presentes no nosso desenho institucional, mas não da forma como muitos acreditam. Ou seja, a relação entre Executivo e Legislativo vai muito bem obrigado e não há tanta fragmentação partidária, indisciplina e fisiologismo, muito pelo contrário.

Assim, a impressão que quiseram passar nessa notícia em relação ao Pedro Simon é falsa. Sua atitude é altamente compreensível por aqueles que têm acesso a informações mais refinadas sobre o jogo político saudável, e bom para a democracia. Toda a disputa política no Congresso ocorre perante a Instituição Partido Político. Logo, o razoável seria a identificação do candidato com o programa partidário. Via de regra, nosso sistema presidencialista é de um "presidencialismo de coalização". O que caracteriza tal desenho institucional é que em essência, os partidos proporcionam o respaldo parlamentar necessário e, em contrapartida, participam do governo. Por isso, como o PMDB faz parte da coligação governista, é mais do que claro, que Pedro Simon vote com a bancada governista, e que assim, votasse pela prorrogação da CPMF, já que esse provavelmente foi o voto defendido pelo seu líder. Já que ele possui alta identificação com o partido, ele segue, como todos deveriam, o voto do líder de sua bancada. Aqui, entram dois conceitos, o de disciplina partidária e o de líder do partido.

Para JAIRO NICOLAU, a disciplina partidária no Parlamento contribui para dar previsibilidade ao processo de produção legislativa. Por disciplina entende-se a fidelidade de um deputado à posição do líder da bancada nas votações nominais em plenário. E para FABIANO SANTOS, há no nosso Congresso a existência de líderes parlamentares em detrimento dos deputados como conjunto que legisla. Logo, infere-se daí de que se os líderes partidários têm poder efetivo, há realmente poder no Congresso, e poder disperso se o número de partidos expressivos for alto.

Enfim, a conclusão que chego é que não há nada de estranho na atitude do Senador Pedro Simon. Mas, muito pelo contrario, ele agiu da forma como todos nossos Excelentíssimos Parlamentares deveriam agir, respeitando a decisão do líder da bancada, e fazendo valer a disciplina partidária. Só um parêntese. Nesse caso, um Senador que agiu errado, foi o Senador Jarbas Vasconcelos, que votou contra a prorrogação da CPMF. (No entanto, até para essa atitude há uma explicação plausível, mas fica para um próximo texto).

Por fim, deixo para quem se interessar pelo debate alguns links, onde se poderá encontrar bons textos sobre esse debate iniciado aqui.

1) AMORIM NETO, Octavio. Presidential cabinets, electoral cycles, and coalition discipline in Brazil. Dados , Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, 2000 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0011-52582000000300003&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 15 Dec 2007. doi: 10.1590/S0011-52582000000300003. (Há uma versão em português)

2) NICOLAU, Jairo. Disciplina partidária e base parlamentar na Câmara dos Deputados no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1998). Dados, Rio de Janeiro, v. 43, n. 4, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0011-52582000000400004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 15 Dez 2007. doi: 10.1590/S0011-52582000000400004

3) PERFORMANCE PARTIDÁRIA E INCENTIVOS ELEITORAIS: DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DOS LÍDERES - Dalson Britto Figueiredo Filho e José Alexandre da Silva Júnior. In: http://www.seminariopolitica.t5.com.br/docs/Papers/ST552.pdf. Acesso em: 15 Dec 2007.

4) Prestígio e Credibilidade na Seleção dos Líderes no Congresso Nacional - José Alexandre da Silva Júnior e Dalson Britto Figueiredo Filho. In: http://201.48.149.89/anpocs/arquivos/15_10_2007_10_43_36.%20e%20Dalson%20Britto.pdf. Acesso em: 15 Dec 2007.

5) PALERMO, Vicente. How to govern Brazil? The debate on political institutions and the policy-making process. Dados , Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, 2000 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582000000300004. Acesso em: 15 Dec 2007. doi: 10.1590/S0011-52582000000300004. (Há uma versão em português)


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Voto na Educação

Eu já tinha escrito o texto que segue a um tempo atrás. No entanto, me lembrei dele ao ouvir o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, se referindo, provavelmente, ao Lula. O que ele disse foi o seguinte:
- Aqui é assim, gente acadêmica, aaahh, não tenho porque esconder isso, e nos orgulhamos disso! Assim, gente que sabe falar mais de uma língua, e não temos vergonha disso! E falamos bem a nossa língua, e não temos vergonha disso! E também sabemos, e também sabemos, que muitos brasileiros ainda não puderam saber falar bem a nossa língua e muito menos as outras. E nós faremos o possível e o impossível para que eles saibam falar bem a nossa língua. É por isso que em MG o estudo hoje é de 9 anos e não de 4. É que queremos brasileiros melhor educados e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria.
Primeiro eu vou tentar mostrar, de maneira resumida como 4 nações distintas, de 3 continentes obtiveram sucesso por meio da mesma receita: investimentos maciços na EDUCAÇÃO.

1) ESPANHA
- Graças à educação em pouco mais de 30 anos, passou de uma ditadura de costumes atrasados, para um país de economia forte.
- Na Europa, a Espanha se orgulha de ser o país mais bem educado do continente, pois proporcionalmente ela possui o maior número de universitários.
- Não há analfabetos entre crianças e adolescentes.
- Os deficientes físicos estão integrados ao sistema educacional e recebem um apoio especial para viverem com independência.
- E tudo isso propiciou o surgimento e fortalecimento da classe média já existente, um trabalhador que se mudou, do campo para a cidade, nestes últimos 30 anos, viu seu salário ser sextuplicado.
- O objetivo das escolas espanholas é: a de se transformar em um meio de inclusão social, assim o problema do país, que possui uma taxa de desempregados de mais de 20% entre os recém formados, é arranjar trabalho para tantas pessoas tão qualificadas. Porém, os próprios espanhóis admitem que um povo vive bem mais feliz, quando é educado e consciente de seu papel social, do que desempregados e analfabetos em todos aspectos.

2) CORÉIA DO SUL:

Esses investimentos, que só fazem crescer, resultaram em 98,5% dos adolescentes matriculados para freqüentar o ensino médio.
- As crianças da Coréia são os melhores alunos do mundo, não são superdotados, mas deram à sorte de terem nascido no país que possui o melhor ensino básico do planeta.
- As escolas por fora não têm nada de especial, mas veja o que faz a diferença:
1) A grande parte dos professores coreanos possui mestrado em educação, pois o docente é obrigado a possuir um Curso Superior.
2) A tecnologia associada à motivação são instrumentos para melhor aprender. Os estudantes passam de 8 à 15 horas nas escolas, suas notas são acima de 8,0, pois lá se o aluno não aprende o “culpado” é o professor. Nesse grande período, os alunos têm aulas de japonês, alemão... Ao total são ofertados 7 idiomas, além disso, aprendem a programar computadores, a entender História..., eles falam que os coreanos não querem ser perdedores, assim, o governo dá incentivo a uma educação voltada à economia, ao mercado de trabalho competitivo.
3) Os professores recebem em média, R$ 10.500,00, por mês. Além de serem atualizados e avaliados a cada 2 anos.
Tudo isso em um país que nos anos 50, estava destruído por uma guerra civil que dividiu a Coréia ao meio, e que deixou 1 milhão de mortos e a maior parte da população na miséria.

1/3 dos coreanos do período da guerra eram ANALFABETOS.
Hoje, 4 em cada 5, chegam à universidade.
O fato é que após a reforma na educação a Coréia começou a crescer rápido, em média 9% ao ano, durante mais de 3 décadas. E hoje graças à multidão de cientistas que o país forma todos os anos a Coréia está pronta para entrar no 1º mundo, tendo como cartão de visitas uma incrível capacidade de inovação tecnológica, desde a área de computação até à genética.

3) CHILE:

- A Revolução sem Armas no Chile começou nos anos 90, é verdade que mesmo antes sua economia já crescia, mas depois da consolidação de um projeto nacional de educação, esse crescimento se firmou. Hoje, o país cresce em média 7% ao ano.
- De 1990 a 2005:
1) Triplicou o investimento em educação.
2) Os professores tiveram o maior aumento nos salários, se comparado ao dos outros funcionários público, 140% acima da inflação.
- Para os chilenos que privatizaram suas Universidades, e melhoraram os ensinos fundamental e médio, o sistema brasileiro de Universidades públicas é um “escândalo”, pois este sistema reproduz as desigualdades sociais.
- Número de chilenos nas universidades, mesmo sendo elas pagas:
- No Chile, 90% dos estudantes têm acesso a computadores e 80% a internet.

4) IRLANDA:

Os irlandeses sempre estiveram na periferia da Europa, em termos geográficos e também econômicos. Um dos países mais pobres do continente, vê desde o século XIX, seus habitantes, sempre que podiam, imigravam. Quem vai hoje a Dublin, capital da Irlanda, não reconhece esse passado de tanta dificuldade, pelo contrário essa cidade hoje atrai imigrantes. Hoje, ela tem uma vida cultural rica e o país prosperou a ponto de ser conhecido como um “Tigre Celta”, alusão feita à taxa de crescimento que só se vê em países da Ásia.
Quase mortos de fome com pouca educação, muitas vezes analfabetos, os imigrantes irlandeses no mundo anglo-saxão sempre tiveram uma fama mais para ruim. Na Inglaterra até hoje, existem piadas que mostram os irlandeses como burros, ignorantes, como todo esteriótipo existe um pouco de verdade, afinal eram mesmo os mais pobres, os mais mal-preparados, os que deixavam o país, mas isso é só um lado da história.
Afinal a Irlanda é terra de grandes escritores da língua inglesa, James Joyce, Beckett, Swift, Oscar Wilde, Shaw, três deles ganharam o prêmio Nobel de literatura. O apreço ao saber sempre existiu, tem uma universidade fundada em 1592, onde a tradição de excelência é reconhecida, mas ela era somente para protestantes, que apoiavam a colonização britânica no país, os católicos maioria da população ficavam de fora.
Em um país que só conseguiu sua independência no início do século XX, e que vivia em brigas religiosas, que tanto atrapalhavam mudar esse quadro de pobreza não era nada fácil, mas vários fatores contribuíram: a entrada na União Européia, a aproximação cultural com os Estados Unidos, mas o investimento em educação foi crucial.
Jovens que chegam à Universidade
Antigamente, os jovens que se formavam deixavam o país, pois não havia emprego, hoje, esse pequeno país com 4 milhões de habitantes importa mão-de-obra, os vários descendentes estão voltando para investir no país de seus antepassados. A economia irlandesa está ancorada em alta tecnologia e também na indústria farmacêutica, setores que demandam constante estudo, inovação, imaginação. O investimento em educação rendeu uma revolução no padrão de vida dos irlandeses, hoje eles são mais ricos do que seus vizinhos, os britânicos que os tratavam com desprezo. E a previsão é que em 2 anos superem a renda per capita dos norte-americanos.
Os irlandeses que pareciam retirantes fugindo da seca, hoje educadamente comemoram um novo lugar ao Sol.

O Voto na Educação
Voto na EDUCAÇÃO, porque não quero mais ser assaltado, por alguém que não teve oportunidades. Não quero mais ser alienado, e votar em “sanguessugas”, “mensaleiros”, “vampiros”, ou outros políticos ladrões de dinheiro público. Voto na educação com a esperança de no futuro meus filhos terem um país com menores índices de desemprego, analfabetismo, concentração de terra e renda, exclusão e discriminação social, mas sim, um Brasil que: tenham escolas públicas, gratuitas e de qualidade, melhores hospitais e assim, uma melhoria na saúde. Onde não haja mais semáforos, e faixas de pedestres, pois os motoristas se respeitam no trânsito e entendem que as pessoas querem circular de um lado ao outro das avenidas. Onde haja saneamento que já é básico adequado, com o reaproveitamento da água em estações de tratamento, e não à poluição dos nossos rios. Ou ainda viver numa nação, onde seus cidadãos não sejam obrigados a votar, mas que comparecem espontaneamente e em massa, às suas seções eleitorais, pois reconhecem a importância simbólica e histórica deste ato. Ou ainda, que as pessoas sejam mais conscientes, responsáveis e interessadas com a vida política, pois as vésperas das eleições, o fato de Cicareli, transando, é mais comentado, do que as novas denúncias que margeiam o PT. Ou ainda, que as cidades possam voltar a ter uma vida noturna movimentada, pois hoje saímos à noite, mas não sabemos se vamos voltar bem. Ou ainda, que os pais possam levar no final de semana suas famílias aos campos de futebol com a certeza que retornaram em paz.
Entre tantos outros fatores que passam pela EDUCAÇÃO como força motriz de taxas de qualidade de vida, conforto e prosperidade. É por isso que voto na “REVOLUÇÃO PELA EDUCAÇÃO”, voto em Cristóvam Buarque, 12. E espero que do ponto de vista ideológico, se isso te convenceu, faça o mesmo, vote 12, ao menos para mostrar a sociedade brasileira que mesmo sem ser eleito, houve uma mobilização em torno de um tema importantíssimo, como é a EDUCAÇÃO. Se quiser obter mais informações, sobre a campanha de Cristóvam, ou seja, todos os outros projetos que discorrem da educação, acesse: www.cristovambuarque12.com.br. Obrigado pela atenção. Acredite, essa revolução não é utopia, ela é possível basta você querer.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007


"Eu acho que a música tem uma relação muito forte com o corpo, com essa coisa de você dançar. Você começa a ouvir uma música e já está batendo o pé... A coisa do ritmo, do envolvimento, a pele arrepia... A música produz efeitos físicos muito interessantes. E isso acaba resultando em ondas, modas... A música reflete tipos de comportamento. Por exemplo, a coisa dos punks se automutilarem, ou a coisa do heavy metal se vestir de couro. Todas essas ondas de comportamento estão ligadas aos efeitos que a música também produz. Ela pega numa coisa muito profunda."


Acho que já havia ficado explícito aqui através de Saiba que eu gosto muito do Arnaldo Antunes, mas hoje li uma entrevista bem legal dele numa revista que só é publicada em Sampa. Esse trecho me chamou atenção. Já havia analisado esse pensamento dele em partes, e não completo, gostei muito. E como ele mesmo diria e conforme estou ouvindo: "MÚSICA PARA OUVIR, MÚSICA PARA OUVIR."

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

nããããão

gabi diz:
to entediada de olhar pra esse quadrado
gabi diz:
a vida vai bem
gabi diz:
to boazinha
manuca diz:
eu também ja to ficando entediada!
manuca diz:
e o pior:
manuca diz:
tenho que estudar!;~~~~~~
gabi diz:
idem, baby
gabi diz:
:P
gabi diz:
a vida é assim mesmo
gabi diz:
quanto mais a gente estuda, mais decobre q tem q estudar
manuca diz:
aoieoaeohaoehoaheoiajeojsoaheoaheshkhsohoaeohahaouhe
manuca diz:
pois éé!
manuca diz:
e eu nao gosto desses tipos de descobertas!
manuca diz:
:T
manuca diz:
aoijeoiaje
manuca diz:
haha;P
gabi diz:
pois é, inclusive acho q vou nessa, aproveitar essa conscientização e estudar algo
gabi diz:
ajshdkajshdjksadhkasjdas, mas é po, apoi vc vai cansar de descobrir isso,
gabi diz:
e perceber q nada de "crazy life crazy" enquanto não estudar
manuca diz:
aa vai não!
gabi diz:
manuela, vc quer me corromper, é???
manuca diz:
não me abandone gabizinha !
gabi diz:
akjshdjsakhdkjashdjsa
manuca diz:
nãããã~~aão!!!
gabi diz:
eu tenho q estudar pra garantir o feijão, po
manuca diz:
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!!
manuca diz:
aiuheiuahehaeohaeuaiehiahe
gabi diz:
shdjkahsdkjahsdkjashdkjas

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"De que me vale ser filho da santa?"

Estou tentando sair do clima de mazela que a notícia da postagem anterior provocou-me, o que fez ressurgir em mim um grande paradoxo (Hobbes X Rousseau) a fim de descobrir se o homem é essencialmente mau ou se é a sociedade que o corrompe. Gostaria até de saber a opinião de maiores conhecedores do assunto. Enfim, por enquanto, vou tentar ludibriar a mente e fingir que está tudo bem.

domingo, 11 de novembro de 2007

arte ou lixo?

Vi no orkut e também achei um absurdo:

"Absurdo na arte - ASSINEM!!!
Um artista da Costa Rica, Guillermo Habacuc Vargas, expôs um cão vadio faminto numa galeria de arte. O cão estava PRESO NUMA CORDA CURTA. NINGUÉM ALIMENTOU OU DEU ÁGUA ao pobre cão, que MORREU durante a exposição. (ARTE OU LIXO??) Guillermo Habacuc Vargas foi o artista escolhido para representar o seu país na "Bienal Centroamericana Honduras 2008". Existe uma petição onde é pedido que ele NÃO RECEBA este prémio. Por favor assinem preenchendo o nome, email, Localidade e País. http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html
PARA VER O QUE CHAMARAM DE ARTE ENTREM: http://www.marcaacme.com/blogs/analog/index.php/2007/08/22/5_piezas_de_habacuc
ou http://elperritovive.blogspot.com/
Absurdo, muito absurdo isso.... " (Yael Hoffenreich)
*Créditos à senhorita Yael que manifestou tal indignação no orkut.

"EU INTERCEDO PELOS ANIMAIS. EU HUMILDEMENTE SOLICITO QUE VOCÊS AJUDEM A PROTEGÊ-LOS DAS CRUELDADES DA MODA, DAS CRUELDADES COMETIDAS EM NOME DA CIÊNCIA E DA PESQUISA. ESSAS CRIATURAS MUDAS, NÃO NOS FIZERAM MAL. ELAS NÃO TÊM FORÇA PARA NOS RESISTIR. SÃO VÍTIMAS DA NOSSA TIRANIA E MALDADE. QUEM VIRÁ AO SEU SOCORRO." (Mahatma Ghandi)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

20. Plátano

A professora do curso de espanhol disse para fazermos uma poesia falando sobre algum alimento, dai escolhi a famosa banana a fim de fazer uma "análise sociológica" da fruta. Tentar, eu tentei, mas não ficou muito bom não. O pior foi ter que ler isso na sala.

ODA AL PLÁTANO
Un platanero,
vários racimos de plátano dulce.
Fruta común en todas las mesas brasileñas,
pobre o rica.
Casa de buena gente, plátano siempre tiene.
“A precio de plátano”,
una fruta que no hace distinción monetaria.
En el desayuno,
plátano con miel.
En la comida,
plátano en la ensalada de frutas para postre.
En la cena,
plátano frito.
Plátano,
una fruta tropical de origen asiática,
que macacos adoram y la gente reverencia.
-
(tradução)
ODE À BANANA
Uma bananeira
vários cachos de banana doce.
Fruta comum em todas as mesas brasileiras,
pobre ou rica.
Casa de gente boa, banana sempre tem.
"A preço de banana",
uma fruta que não faz distinção monetária.
No café-da-manhã,
banana com mel.
No almoço,
banana na salada de fruta para sobremesa.
No jantar,
banana frita.
Banana,
uma fruta tropical de origem asiática,
que os macacos adoram e as pessoas reverenciam.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

NOSSO DILEMA DO PRISIONEIRO

Periodicamente os brasileiros afirmam que vivemos numa democracia. Por democracia entendem a existência de eleições, de partidos políticos e da visão republicana dos três poderes, além da liberdade de pensamento e de expressão. Por autoritarismo, entendem um regime de governo em que o Estado é ocupado através de um golpe (em geral militar ou com apoio militar), não há eleições nem partidos políticos, o poder executivo domina o legislativo e o judiciário, há censura do pensamento e da expressão e prisão (por vezes com tortura e morte) dos inimigos políticos. Em suma, democracia e autoritarismo são vistos como algo que se realiza na esfera do Estado e este é identificado com o modo de governo.
Essa visão é inútil para algo profundo na sociedade brasileira: o autoritarismo social. Nossa sociedade é autoritária porque é hierárquica, pois divide as pessoas, em qualquer circunstância, em inferiores e superiores. Não há percepção nem prática da igualdade como um direito. Nossa sociedade também é autoritária porque é violenta: nela vigoram racismo, machismo, discriminação religiosa e de classe social, desigualdades econômicas das maiores do mundo, exclusões culturais e políticas. Não há percepção nem prática do direito à liberdade.
O autoritarismo social e as desigualdades econômicas fazem com que a sociedade brasileira esteja polarizada entre as carências das camadas populares e os interesses das classes abastadas e dominantes, sem conseguir ultrapassar carências e interesses e alcançar a esfera dos direitos. Os interesses, porque não se transformam em direitos, tornam-se privilégios de alguns. A polarização social se efetua entre os despossuídos e os privilegiados. Estes, porque são portadores dos conhecimentos técnicos e científicos, são os “competentes”, cabendo-lhes a direção da sociedade.
Assim, essas idéias ultrapassam uma esfera abstrata da nossa imaginação, e acaba desembocando nos nossos dias, de forma ativa e permanente. Não é difícil de perceber esta concepção. Enquanto, os cidadãos brasileiros não forem tratados como tal, ou seja, como INDIVÍDUOS, e que, portanto possuem direitos e deveres a cumprir, a sociedade permanecerá estagnada.
Nessa discussão então, surge aquela velha idéia, idéia que me lembra o pensamento dos marxistas mais “hard”. Pensamento diria linear, que imagina ser impossível um desenvolvimento, sem que antes a sociedade tenha passado por todas as etapas anteriores. Por exemplo, para se implantar o Socialismo, seria preciso passar pelo Feudalismo e Capitalismo, e claro, seus respectivos meios e forças de produção. Mas isso tudo foi apenas para lembrar, será que para a implantação da tríade de direitos (civis, políticos e sociais) é preciso um processo? Ou tais direitos podem ser amplamente e imensamente difundidos na sociedade sem nenhum tipo de problema?
È nesse ponto que aparece o nosso dilema do prisioneiro. Suponhamos que dois comparsas tenham sido presos. No entanto, leia-se quando for colocado comparsas, ou sinônimos, implantação, ou não, dos direitos citados anteriormente.
Tais personagens foram presos, mas os policiais não o podem condená-los por falta de provas. Mas com astúcia, os policiais separam os prisioneiros, e faz a seguinte proposta. Se por acaso, um dos dois depor, e o outro em silêncio ficar, o que depôs será liberto, enquanto que o “preso fiel” será condenado a cumprir uma prisão de 10 anos. Caso ambos fiquem em silêncio, a justiça só poderá ficar em posse deles por um período máximo de 6 meses. No entanto, se ambos se verem tentados a delatar o comparsa, os dois ficam por 2 anos na cadeia.
Agora percebam, tudo isto está acontecendo sem que os presos saibam quais são as atitudes do outro. Como se diz, eles estão jogando no escuro, e logo, o máximo que fazem são suposições sobre a atitude possivelmente tomada pelo outro. Então, o dilema ao qual ambos estão submetidos é, o que vai acontecer? Como cada prisioneiro irá se comportar diante da tentação de culpar o outro?
Assim, esse jogo poderá ser cooperativo, produzindo um resultado não ótimo. Ou então, o jogo poderá ser não-cooperativo, e ai há duas possibilidades. 1) Se um dos dois contar e o outro não, o outro será submetido a uma prisão de 10 anos. E esse seria o melhor resultado a ser alcançado, pensando-se individualmente. 2) Se ambos se acusarem os dois serão presos, produzindo um resultado menos ótimo, já que ambos ficaram presos por um período de 2 anos.
Toda essa história foi apenas para informar que realmente já está na hora de começarmos a tratar as pessoas como indivíduos. E que não importa se haverá implantações pausadas de direitos, o que importa é que eles comecem a ser implantados. Por isso, em abstrato, não importa os valores das penas, mas o cálculo das vantagens de uma decisão cujas conseqüências estão atreladas às decisões de outros agentes, onde a confiança e traição fazem parte da estratégia em jogo.
Enfim, enquanto não houver no Brasil, uma construção concreta, combinada de: liberdade, participação e justiça social, fatos como os quais convivemos diariamente continuarão a perseguir a nossa sociedade. Temos “liberdade”, alguma participação e muita desigualdade. A liberdade e a participação, para sobreviverem, precisam gerar igualdade. E esta igualdade seria então traduzida em: respeito à Constituição e aos Direitos Humanos, investimentos maciços em setores do bem-estar social (educação, lazer, saúde...) e uma visão de segurança pública institucionalizada que permaneça ao longo dos governos como política de Estado, e não como política de governo.

sábado, 20 de outubro de 2007

Maconha por Gabeira


"Se a Cannabis sativa fosse uma família, teria dois filhos. São irmãos de sangue, com a diferença de que num deles os exames detectam níveis mais altos de THC --o tetraidrocanabinol. O cânhamo, que entra na produção de 20 mil produtos importantes para a humanidade, tem um nível de THC inferior a 3%. A partir daí, entra em cena sua irmã, a maconha, que produz toneladas de bons e maus sonhos, com um teor de THC em torno de 6%. Na maioria dos países, a plantação de cânhamo e de maconha é igualmente proibida, um irmão pagando pelo outro, o cordeiro pelo lobo.
Pensar que é ilegal plantar cânhamo nos Estados Unidos e que a Constituição dos Estados Unidos foi escrita em papel de cânhamo ajuda pelo menos a entender as grandes fogueiras que se fazem periodicamente para destruir a canábis. Já foi assim com os livros, com a diferença de que naquela época se queria matar a cultura e na nossa querem matar uma planta --sem perceber que se trata, também, de uma cultura, e não só de uma espécie vegetal que se possa levar à extinção. [...]
A ascensão social da maconha implicou numa guinada, pois era descrita como uma droga que impulsiona o crime e agora se tornava um fator de apatia e desmotivação. Grandes dirigentes mundiais, como Bill Clinton (que "não tragou") e Fernando Henrique (que não gostou), confessaram ter experimentado a planta. As atenuantes que apresentam servem para mostrar como se toleram os excessos de uma época, desde que desvencilhados deles para cumprir as funções sociais. [...]
Não confiar cegamente em pesquisas vale tanto para as que são contra quanto para as que são a favor. Resta a observação pessoal como um ponto de referência. Os efeitos mais comuns --relaxamento, alteração do humor, redução da agressividade-- nos autorizam a afirmar que a maconha leva a um estado contemplativo. Independentemente da presença de espiritualidade, é uma experiência humana para muitos indispensável.
Há gente, no entanto, que fuma o mesmo baseado diante do mesmo pôr-do-sol e reclama que nada de novo acontece. A maconha em si não é a resposta para isso. Ela tem de ser procurada no cotidiano da pessoa, em como enfrenta seus desafios, como capitula ou avança em suas decisões íntimas.É compreensível que se tome a maconha como um sujeito com responsabilidade própria, capaz de ser julgado por seus atos ou contra quem devemos fazer uma guerra. A maconha tem mil e uma utilidades. A milésima primeira é, precisamente, servir de bode expiatório para nossas dificuldades de encarar o real." [...]
*Trechos do primeiro capítulo do livro A Maconha de Fernando Gabeira
*O primeiro capítulo completo pode ser lido em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u4313.shtml

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Varal

Desde criança, sinto uma certa liberdade diante de varais de quintal, com longos fios; um dia desses resolvi analisar essa fixação sem nexo. Sempre gostei de desenhar um varal com algumas roupas penduradas, roupas sempre coloridas, talvez representando que os donos das roupas eram felizes. Não fazia o desenho com o intuito de dizer que o varal pertencia a mim ou que as roupas do varal eram minhas, havia, inclusive, roupas masculinas e até femininas as quais eu nunca usei e talvez nunca usarei. Eu olhava atentamente cada traço do desenho, tentando fazê-lo parecer mais feliz possível, mesmo que não tivesse perfeito. Enfim, desenhava sempre um vestido, uma calça e uma camisa, acho que era uma forma de representar um casal feliz. Muitas vezes as roupas eram estravagantes, com cores berrantes. Nesses dias, porém, comecei a pensar sobre isso e conclui que talvez o varal não representasse essa liberdade, posto que as roupas balançam, mas não voam, não são livres para voar, estão presas. Assim, percebi que o varal não representa tanto essa liberdade na qual eu acreditava, talvez fosse até ingenuidade minha pensar desta forma. Enfim, ai comecei a voltar às minhas analogias e pensei que se as roupas representam as tais pessoas felizes, essas pessoas estavam presas. Aprofundei o raciocínio, de certo não muito elevado, e conclui que as pessoas, donas daquelas roupas aparentemente livres, não são livres, são prisioneiras. Não me referi a grades e presídios, mas a uma prisão mental. Depois conclui que não era apenas uma prisão mental, posto que elas estavam ali por imposição das mesmas pessoas felizes que as colocaram no varal. Lembrei que dependendo do vento, do "vento revolucionário", elas se soltam, mas em geral ficam presas mesmo. Não sei, mas de repente fiz uma analogia com a sociedade, que finge ou é enganada pela relativa autonomia, porém vive sempre presa no varal dos "bons costumes".

terça-feira, 16 de outubro de 2007

redação

Etanol: uma alternativa ambiental e econômica

A sociedade vigente usufrui de grande diversidade energética, as fontes são usadas em diferentes escalas em função do lugar a ser implantada. Devido à Revolução Industrial, o petróleo assumiu a liderança no fornecimento de energia. Desde então, as petrolíferas abastecem o mundo com o "ouro negro", responsável por crises e disputas. A Idade do Óleo Pétreo, porém, pode está próxima da derrocada.

Após a crise de 1973, propiciada pela Guerra de Yom Kippur, percebeu-se a extrema dependência mundial do petróleo assim, houve o recrudescimento das pesquisas em prol de novas fontes energéticas. No Brasil, implantou-se o Pró-Álcool, a fim de substituir em larga escala os combustíveis derivados do petróleo por etanol, a partir de 1975. O programa viabilizou-se através da baixo do preço do açúcar; na época, comercializar álcool tornava-se bem mais rentável.

Devido à recuperação da crise petrolífera, o projeto do governo Geisel começou a ruir. Questões anteriores, de dependência e crise, associadas a ímpetos ambientais, recolocaram o uso do etanol e de outras fontes renováveis em pauta. No caso brasileiro, especificamente, a utilização do combustível álcool poderá render grande crescimento econômico, em função do solo e clima propícios ao cultivo da cana-de-açúcar. É notório o maniqueísmo de tal questão, pois há, por parte dos ambientalistas, medo do provável desmatamento, semelhante ao ocorrido durante o Período Colonial, provocado pelas primeiras lavouras açucareiras.

É relevante o estudo das possíveis conseqüências do uso das novas fontes energéticas para saber quais as melhores alternativas e testar a viabilidade dos novos combustíveis. O Brasil, segundo o atual Presidente, agirá em função da economia e das questões ambientais. Salvo o problema da possível destruição das florestas, o etanol é uma alternativa bastante viável para o futuro; o fato de não influenciar no efeito estufa traz, portanto, uma enorme possibilidade de êxito.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O ser humano é quiral!

Somos seres assimétricos!!!
Podem nos partir em qualquer dimensão, mas continuaremos assimétricos. Mesmo que nos partam ao meio do rosto, sempre um lado é diferente do outro, detalhes, porém é sempre diferente. E mesmo que fosse igual, ainda tem os órgãos, fígado e pâncreas, por exemplo, ficam em lados distintos. Até as funções do cérebro são diferentes em cada lado. Enfim, meros devaneios de uma aula de química, confesso.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

EL CHE

“Por que será que o Che
Tem este perigoso costume
De seguir sempre renascendo?
Quanto mais o insultam,
O manipulam
O atraiçoam
Mais ele renasce.
Ele é o mais renascedor de todos!
Não será por que Che
Dizia o que pensava e fazia o que dizia?
Não será por isso que segue sendo tão extraordinário,
Num mundo onde palavras e atos tão raramente se encontram?
E quando se encontram raramente se saúdam
Por que não se reconhecem? "
(Eduardo Galeano)


*Créditos ao parceiro Chico :)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Discurso de Péricles, reproduzido por Tucídides

"Na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação."

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

6 Estados: O que pensar?

"Estão prontos para votação no Congresso projetos que prevêem a criação de mais seis Estados. Se aprovados, eles vão agravar o inchaço do Legislativo, abrindo 144 cadeiras de deputado estadual, 48 vagas de deputado federal e 18 de senador. Esses projetos de decreto legislativo, que prevêem a realização de plebiscito, foram aprovados nas respectivas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e podem ser inseridos na pauta a qualquer momento.
Os novos Estados em estudo são: Carajás e Tapajós no Pará; Mato Grosso do Norte em Mato Grosso; Rio São Francisco na Bahia; Maranhão do Sul no Maranhão e Gurguéia no Piauí. Em comparação, os Estados Unidos têm 50 Estados, com representação fixa no Congresso de 100 senadores e 435 deputados. Se forem criadas mais unidades da Federação, não haverá aumento do Parlamento, apenas a redistribuição das vagas.
O Brasil tem 26 Estados e 1 Distrito Federal. O Congresso abriga 513 deputados e 81 senadores. Aqui, ao contrário dos EUA, a configuração aumenta se houver novos Estados. Em média, a Assembléia Legislativa de um pequeno Estado, com 24 deputados, consome R$ 110 milhões ao ano.
Na maior parte, os projetos de criação de Estados são antigos e apresentam lacunas. Nenhum deles, por exemplo, inclui um estudo detalhado sobre a viabilidade econômica e os custos da medida. A criação de um Estado pressupõe a existência de um novo Executivo, um novo Judiciário e um novo Legislativo. Todos devem ser dotados de completa estrutura física, como prédios, veículos e equipamentos, e administrativa - governadores, secretários, servidores, juízes, promotores, deputados e assessores. As propostas tampouco apresentam solução para um problema crucial: quem arcará com os custos do plebiscito."
( jornal O Estado de S. Paulo)
http://br.noticias.yahoo.com/s/30072007/25/politica-projetos-criar-6-estados-inchar-legislativo.html

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Medo

Emana de mim, notoriamente, um simplório vocábulo,
O medo, o qual me diz para negar-te o ósculo.
Procuro respaldo para os meus atos,
tento discernir meus sentimentos.
Sem plausíveis motivos, nego, supinamente, olhar-te.
O desvio de olhos demonstram-te o meu medo.
Renitente, tu sentes que tal atitude não condiz com os sentimentos carinhosos de outrora
Observas nos pormenores dos meus atos a, em vão, tentativa de evadir-me do clima,
Que as sorrateiras mãos tuas procuram as mãos minhas,
A fim de circundar-me em abraços,
Que o casmurro medo meu cisma e nega ceder-te.
Intrépido e de assaz perspicácia, tu percebes que o meu coração espera o insigne momento de beijar-te.
Eu, intermitente, interrompo o instante do ósculo.
Tu esperas o ensejo de oscular-me, mas sempre ponho óbices, protelando beijos,
Pensando, assim, sublevar meus sentimentos,
Mas em exato instante os arautos já percebem a medrosa atitude minha de esconder-me,
Atos inócuos cometidos por temer machucar-nos.
Tento esconder o que sinto,
Mas meus pensamentos já transferem para o papel os meus “nefelibatados” sonhos,
Tentar omitir desejos torna-se, portanto, irrefutável.
Na tentativa de ser fleumática contigo,
Acabo por não ser honesta com meus sentimentos.
Culpo o amor pelas minhas taciturnas reminicências,
Porque, ao sofrer, esqueço as alegrias de outrora.
Tento retargüir aos teus sinceros olhares,
Mas sinto-me confusa e faço com que minha vontade não seja proferida,
Tentando, de forma absurdamente debalde, fingir que não coíbo meus sentimentos.
Creio que meus disfarces não serão eternos,
Logo será impossível enganar a mim mesma
Assim, os protelados beijos, cansados da morosidade dos meus atos,
Procurarão tua boca para, finalmente, dar-te profundos e ovacionados ósculos.

terça-feira, 24 de julho de 2007

AS APARÊNCIAS E A GOTA D'ÁGUA

Foi ouvindo duas músicas que então resolvi escrever.
“Vamos celebrar nosso governo/E nosso Estado, que não é nação” Legião Urbana “Já dizia o General De Gaulle/ “Este país não é sério!”/Mais vale um craque de gol/Que dois de araque no Ministério,/mas que mistério!” Rita Lee/ Roberto de Carvalho
Para mim e acredito que para a maioria das pessoas sãs desse país, a sucessão de acontecimentos e os desdobramentos destes, nada mais são, do que o reflexo de um governo – corrupto e irresponsável -, e fundamentalmente, de uma população, em grande maioria, apática e mais do que isso, cidadãos que não reconhecem e, portanto, que não distinguem a diferença essencial que existe entre o que é público e o que é privado. Ser cidadão nessas circunstâncias é não ter conhecimento de seus direitos, e principalmente, dos seus deveres para com a coletividade. Sem fazer apologia, mas, em países onde há maior riqueza de informações, como nos Estados Unidos, põe Roberto da Matta no seu livro - Carnavais, malandros e heróis -, que ao contrário do que acontece no Brasil, eles, normalmente, usam uma expressão “Who do you think you are?”, enquanto que no nosso país, a mais conhecida é: “Você sabe com quem está falando?”. Na medida em que, a primeira caracteriza-se por recolocar os seus concidadãos de volta ao mundo real, reforçando as regras igualitárias, a segunda reafirma as pretensões hierarquizantes.
O que não se percebe, como nos adverte Sérgio Buarque é que, o Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, de certas vontades particularistas. Logo, entre o familiar e o estatal, não há uma gradação, mas antes de tudo uma descontinuidade e até uma oposição.
De maneira mais concisa e em senso-comum, o que se faz em casa é de interesse particular e individual. No entanto, aquilo que se faz na rua é de interesse coletivo, e, portanto, deve estar passível de intervenções, críticas e controle social. O que quero dizer é que, enquanto nos tornamos por um lado, apáticos e incultos do nosso papel político, principalmente nas tomadas de decisão de interesse público, por outro lado alguns indivíduos comportam-se como a maximizar as suas necessidades, o que produz um resultado abaixo do previsto para a coletividade. Esta tensão é assim, aquilo que torna a vida política tênue. Em um país como o Brasil que poderia nas perspectivas sócio-político-histórica ser comparado a um rato-canguru ou a um ornitorrinco, animais encontrados na Austrália, que por serem tão estranhos, levaram Darwin a pensar que "Um incrédulo... poderia dizer que 'seguramente dois criadores diferentes estiveram em ação'". Criaturas que na linha da evolução biológica, pareciam estar no meio do caminho, entre duas classes. Ou seja, tendo o corpo adaptado para uma vida aquática ou terrestre, o ornitorrinco apesar de ser um mamífero, em vez de dar à luz às suas crias, põe ovos que são parcialmente chocados no interior do corpo. É fazendo essa analogia que se pode perceber o que é o Brasil. País onde crises políticas, não interferem na vida econômica. País que não possui infra-estrutura condigna a quem quer ser competitivo. Vide o caos aéreo, mas esse é apenas um pedaço do iceberg que já se preanunciava faz muito tempo. E como fica a crise na educação, saúde, transporte terrestre, a criminalidade que ninguém fala. Vivemos em um caos, e disfarçamos. Vivemos na verdade em um país de aparências. “Olha a voz que me resta /Olha a veia que salta/Olha a gota que falta pro desfecho da festa/Por favor/Deixe em paz meu coração/Que ele é um pote até aqui de mágoa/E qualquer desatenção, faça não/Pode ser a gota d'água/Pode ser a gota d'água.” Chico Buarque É isso.., estamos a uma gota d’água do suportável e, se nada for feito urgentemente, a tendência é que a situação piore cada vez mais. Não adianta esperar uma intervenção “divina”, se nada concreto for feito. Quem move a história são os homens, e logo, suas necessidades e seus interesses!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Liberdade

"Se num primeiro momento a natureza se apresenta aos homens como destino, o trabalho será a condição de superação dos determinismos: a transcedência é propriamente a liberdade. Por isso, a liberdade não é alguma coisa que é dada ao homem, mas resultado da sua ação transformadora sobre o mundo, segundo seus projetos."

Ando num momento meio introspectivo,
uma mente inquieta
e um livro aberto

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Francisco Filosófico

"A política foi capaz de domar a economia "um exemplo de tal afirmação foi o advento dos sindicatos, representando uma intervenção política para deter a concentração de renda, intrínseca ao modo de produção capitalista. Com o passar do tempo, "o capitalismo elimina a política", tornando-a refém da economia; logo, algo, na prática, irrelevante, fazendo com que o papel do nosso voto seja de idêntica irrelevância. "Nosso voto vale coisa nenhuma", à medida que "o presidente da república tem pouco poder sobre o presidente do Banco Central", pelo fato do poder econômico ser o monopólio das decisões dentro de uma sociedade capitalista. Assim, o presidente do Banco Central acaba detendo um poder o qual não lhe foi conferido por nós, mas o qual influencia nossas vidas. Assim, as mazelas sociais continuam, posto que “pelas forças do mercado isso não se corrige". Então, votamos "pra quê? pra nada”, como diria Ascenso Ferreira.


*Os trechos entre aspas foram proferidos pelo sociólogo Francisco de Oliveira no “Café Filosófico”, 08/07/07 e estão num contexto, feito por mim, na medida do possível, plausível com as idéias ditas por ele no mesmo programa.
*Créditos para o amigo, Rodrigo, que me convidou para a palestra do Francisco de Oliveira durante o Congresso Brasileiro de Sociologia e que me alertou para a participação do sociólogo no “Café Filósofico” de ontem.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Saúde Pública: A sociedade precisa se mobilizar para que funcione?

Torna-se bastante notório, na sociedade vigente, o quão frágil é o sistema público de saúde brasileiro. O recrudescimento da adesão aos planos de saúde e a extrema procura aos hospitais da rede privada são provas incontestes do ruir dos serviços públicos. É, no mínimo, estranho não perceber, por parte da sociedade, uma maior e eficaz mobilização a fim de reverter tal caos. A omissão dos setores sociais, de fato, incondiz com a relevância da saúde para toda a população, além de corroborar o enfraquecimento das instituições públicas.
É incomensurável a decadência dos hospitais; as filas e as condições de higiene e respeito aos pacientes são de extrema vexatoriedade para um país o qual se considera tão desenvolvido e justo. Em momentos eleitorais, vê-se discussões acerca do assunto, após as eleições, contudo, os projetos são, infelizmente, abandonados. No âmbito político, a saúde pública é completamente ignorada, exceto quando há possibilidade de lucro, mesmo de forma ilícita; muitos parlamentares usam o erário do país para vangloriarem-se
com luxos, no mínimo, nefastos e extremamente em contrate com a pobreza reinante no país.
Todos os problemas ligados ao social são propiciados por negligência da própria sociedade, sobretudo dos mais abonados. Parcela da população ainda dispõe de recursos suficientes para submeter-se aos setores privados, por tal motivação omite-se quanto à melhoria dos serviços públicos, os quais não lhes são, na prática, necessários. A parte pobre da sociedade, sem força política e expressão econômica, fica excluída e submetida às condições impostas pelo governo, mesmo após sacrificar-se para pagar inúmeros e abusivos impostos.
A desonestidade de alguns políticos, a negligência da classe média, a alienação das camadas altas e a submissão do povo pobre propiciam as mazelas do social. As parcelas com representatividade política excluem-se do debate; enquanto não necessitam dos serviços públicos, preferem omitir-se dos fatos. A sociedade precisa unir-se, a fragmentação à qual está subordinada não garante benefícios sociais. É mister uma reivindicação política de todos, para, enfim, construir um sistema público mais eficaz e democrático; a saúde, pois, é direito de todo o cidadão.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

739.827

Eu pergunto-me: quem são esses 739.827 eleitores e como adjetivá-los?
"Afastado de cargos públicos por dez anos, Paulo Maluf (PP-SP) é o deputado federal campeão de votos no país: 739.827. Maluf enfrenta processos e ações por evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e improbidade administrativa (mau uso de dinheiro público). Em 2005, havia passado 40 dias preso. De perfil concervador, antagonista histórico dos petistas, Maluf agora integra a base de apoio do governo"

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Maio de 1968

“SEJAMOS REALISTAS, QUE SE PEÇA O IMPOSSÍVEL”, com esta frase um companheiro, deu início ao seu discurso, naquele dia pacato em Paris. Confesso ter ficado bastante entusiasmada com a idéia de poder pedir o impossível e, ainda assim, ser considerada realista. Era um tempo em que proibir era proibido, nós queríamos abraçar o mundo e transformá-lo num lugar melhor, mais justo. Lembro-me que esse companheiro proferiu tal frase com olhar distante, parecendo querer esta causa com todo o seu âmago; emocionei-me, estava, confesso, assustada com tudo o que estava ocorrendo e com medo do que estava por vir. Meus pais haviam impedido a minha ida à luta; eu fingi concordar, no entanto, mesmo extremamente assustada, deixei o ideal tomar conta da minha alma, não hesitei, junto aos amigos, resolvi participar intensamente desse "acontecimento revolucionário mais importante do século XX".
Hoje acordei lembrando daquele "episódio" de outrora, senti-me bastante orgulhosa e contei a meus netos essa difícil "aventura". Olhei para cada um deles, enquanto falava, observei cada expressão. Eles escutavam-me atentamente e entreolhavam-se em alguns momentos. Posteriormente, tentando descobrir o que minha história representava para eles, afinal eles são de outra geração bem distante daquela, para minha consternação, a sala virou uma grande galhofa. Eram três rapazes rindo da história da avó, diante da própria. Passei a vida, confesso, sendo considerada meio louca, em vários sentidos e por motivos diversos, enfim, não levaram muito a sério o que os contei. Almoçamos e cada um retornou a sua respectiva casa. Eu cá com meus bordados comecei a pensar e a cotejar o mundo da minha época e da época deles, perorei que falar em ideais, luta idealista e em impossível ser possível havia tornado-se, para muitos desta vigente sociedade, anacrônico. Com a conclusão em mente, perguntei-me, introspectivamente: Netos, o que dirão, vocês, ter feito de útil para a humanidade?

terça-feira, 5 de junho de 2007

intrigas

"Quem construiu Tebas de Sete Portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?"
(BRECHT, Bertold)

O escrito supracitado é intrigante. A quem atribuir a construção de monumentos e por quê? Afinal a sociedade corrobora com todas as transformações ocorridas na própria sociedade, segundo o próprio ensinamento histórico, visto que a história não é feita por um homem ou herói, mas sim fruto de todo um povo.