terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"Assim não pode, assim não dá"

Estava aqui sem muito o que fazer nesta tarde, então resolvi procurar uns documentários no site do Senado Federal. Lembro que, há bastante tempo, era assídua à programação postada lá. Inclusive, vale a pena dar uma olhada. Tem bastante coisa interessante, como um documentário sobre O Pasquim, por exemplo, e algumas outras coisas que, realmente, soam como aula de História, como o que acabei assistindo: "Presidentes do Brasil", série de três episódios. A narrativa é sobre uma época em que eu não sonhava em existir até alguns anos recentes, dos quais não me recordo muito, de Prudente de Moraes a FHC. Sucedendo Floriano Peixoto, Prudente de Moraes foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto no Brasil. Mas isso faz bastante tempo. Depois dele, tantos outros ascenderam ao poder - no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, ou mesmo em Brasília. Tudo o que sei sobre eles é aquilo que li nos livros ou ouvi falar. No governo de José Sarney, eu já estava pelo mundo, mas sem consciência nenhuma do que se passava pelas bandas do Palácio do Planalto. Sequer posso dizer muita coisa sobre o "collorido" que manchou o Brasil, por exemplo. Último presidente a ser retratado na série, Fernando Henrique Cardoso assumiu o primeiro mandado em 1995. Com seis anos de idade na época, tenho quase nenhuma lembrança disso. Lembro, contudo, da experiência vivida um ano antes com a chegada do Real, no governo de Itamar Franco. Claro que a lembrança é rasteira, mas o impacto do Plano Real e o trabalho dos jornalistas, que falam incessantemente sobre um tema até um fato novo acontecer, foram capazer de produzir alguma memória sobre esse episódio na minha cabeça. De qualquer forma, a questão que fiquei refletindo após assistir à mencionada série é que nem mesmo lembro de FHC no poder. Para mim, devido à minha idade, o Brasil sempre foi governado por um petista. Para se ter uma ideia, as lembranças mais fortes que tenho do ex-presidente tucano é a sátira que fizeram sobre ele no Casseta e Planeta, com o bordão "Assim não pode, assim não dá". As informações existem, mas, diferentemente de ler, vivenciar o dia a dia de um governo é algo que permite um maior entendimento sobre as decisões e intenções de um presidente. Como já disse, desde que me entendo por gente, politicamente falando, a batuta do País está com o PT. Filha da década perdida, minha geração começou a votar na época do "Lulinha paz e amor". Fiquei com um pouco de inveja dos mais velhos, que têm um leque maior de vivência política e podem analisar o hoje com maior propriedade. Mas chegarei lá.