Filha caçula de capixabas e irmã da, então jornalista, Danuza, Nara Leão nasceu no sábado do dia 19 de janeiro de 1942, também em Vitória. Com um ano, apenas, enraizou-se na zona sul carioca, durante a expansão de Copacabana. Aos 11 anos, conheceu, em tal praia, o seu futuro namorado e amigo de toda a vida, Roberto Menescal, a quem apresentou o jazz.No apartamento dela, onde sempre havia madrugadas musicais, nasceu a Bossa Nova.  Nara participava mais na condição de amadora, desde sempre, porém, ganhou o título inalienável de Musa do movimento. Num dos shows despretensiosos na faculdade, Silvinha Telles chamou Nara para o palco, onde ela cantou de costas para o público, devido a sua timidez.
Sua estréia profissional só ocorreu em 1963, já na segunda fase da Bossa Nova, quando, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, cantou Pobre Menina Rica.
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Que eu sou feliz, feliz só porque
Tenho tudo quanto existe
Pra não ser infeliz
Pobre menina tão rica
Que triste você fica se vê
Um passarinho em liberdade
Indo e vindo à vontade, na tarde
Você tem mais do que eu
Passarinho, do que a menina
Que é tão rica e nada tem de seu
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Nara, ainda, buscou resgatar a música de morro, regravando sambistas como Cartola e Nelson do Cavaquinho, sendo a primeira cantora branca da zona sul a valorizar as raízes do samba. 
01 - Opinião 
(Zé Kéti) 
02 - Acender as velas
(Zé Kéti) 
03 - Derradeira primavera 
     (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) 
04 - Berimbau – ritmo de capoeira 
     (João Melo e Clodoaldo Brito) 
05 - Sina de caboclo 
     (João do Vale e J. B. de Aquino) 
06 - Deixa 
     (Baden Powell e Vinicius de Moraes) 
07 - Esse mundo é meu 
(Sergio Ricardo) 
08 - Labareda 
     (Baden Powell e Vinicius de Moraes) 
09 - Em tempo de adeus 
(Edu Lobo e Rui Guerra) 
10 - Chegança 
     (Edu Lobo e Oduvaldo Viana Filho) 
11 - Na roda da capoeira 
(Folclore baiano) 
12 - Malmequer 
     (Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar)
Foi através desse disco que Nara passou a incorporar ao seu canto um clamor à resistência democrática no país. Assim, trocando farpas com o regime militar, ela quase foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional, tendo escapado devido à mobilização de intelectuais, Carlos Drummond de Andrade escreveu, inclusive, um poema defendendo-a.
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“...Os militares podem entender de canhão e metralhadora, mas não pescam nada de política.” (Nara Leão)
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Posteriormente, em 1966, na época áurea dos festivais, Nara canta, ao lado de Chico Buarque, A Banda, música, por muitos, considerada o marco da mutação da Bossa Nova para a MPB, vencendo o II Festival de Música Popular Brasileira.VÍDEO
De personalidade crítica, Nara, ainda, foi uma das primeiras cantoras consagradas a aderir ao Tropicalismo, movimento musical que visava a quebra dos preconceitos na música brasileira, tendo participado do LP Tropicália ou Panis et Circenses, em 1968, cantando Lindonéia.
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“Ele [o violão] é como um namorado. Ajuda, aconchega.”
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Bibliografia Consultada:
TÁVOLA, Artur de.; Nara Leão: O Canto da Resistência. Revista Contato (Brasília), v. 2, n. 6, p. 145-158, jan. 2000. 
Nara Leão. Agenda do Samba e Chora. Disponível em: http://www.samba-choro.com.br/artistas/naraleao
Acesso em: 05 de junho de 2008.
Acesso em: 06 de junho de 2008.
6 comentários:
Por que sinto falta de Nara sem ter vivido aquela época? Sinto falta como se tivesse vivido aquela época.
pleno
repleto
atestado
maciço
compacto
carregado
abundante
gordo
nutrido
deleitoso e bem passado.
Eis aqui um bom blog!
Parabéns!
8)
Não conheço Nara, mas ela é a pedra angular da MPB. Do samba ao jazz, da tropicália à bossa nova, Nara é onipresente, ubíqua.
Belo texto, belos versos, bela cantora, beleza pura.
É bom ter alguém sempre divulgando nossos cantores, que eu pouco conheço, mas o pouco que conheço, admiro com afinco. =)
Abraços,
Diogo.
adoro Nara. adoro. adoro. adoro.
grande nara, pequena grande gabi!
:)
1 ano
50 postagens
Que blog marlindo!
Beijão e parabéns,
Diogo.
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