quarta-feira, 4 de junho de 2008

A LÉON WERTH

A LÉON WERTH
Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma pessoa grande. Tenho uma desculpa séria: essa pessoa grande é o melhor amigo que possuo no mundo. Tenho um outra desculpa: essa pessoa grande é capaz de compreender todas as coisas, até mesmo os livros de criança. Tenho ainda uma terceira: essa pessoa grande mora na França, e ela tem fome e frio. Ela precisa de consolo. Se todas essas desculpas não bastam, eu dedico então esse livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes foram um dia crianças. (Mas poucas se lembram disso.) Corrijo, portanto, a dedicatória:
A LÉON WERTH QUANDO ELE ERA PEQUENINO
Quem já leu O Pequeno Príncipe, certamente, impressionou-se com a belíssima dedicatória de Antoine de Saint-Exupéry a Léon Werth. Relendo o livro (na versão espanhola, El Principito), esses dias, para um trabalhoso trabalho de espanhol, novamente deparei-me com as palavras emocionantes de tal dedicatória. A leitura de cada frase parece dizer muito mais do que Exupéry explicitamente diz e propociona um choro tímido, por razões talvez não tão óbvias para outras pessoas. Assim, na curiosidade de descobrir quem foi Léon Werth, fui à busca e encontrei um texto bem legal sobre a relação que ele tinha com o grande Exupéry.

"Léon Werth, ensaísta e novelista francês encontrou-se com Saint-Exupery no ano de 1931. Tornaram-se amigos. Eram opostos. Werth era vinte e dois anos mais velho que o amigo, autor de vários livros, tendo sua escrita um estilo surrealista. Nada mais diferente e nada que impedisse essa amizade. Saint Exupery dedicou-lhe dois livros (Carta a um Refém, O príncipe pequeno) e consultou Werth em mais três. Enquanto escrevia "O pequeno príncipe", em New York, Saint-Exupery pensava nos amigos e suas privações por causa da guerra. Teria dito na ocasião que diante da impossibilidade de retirar os amigos da Europa em guerra, preferia juntar-se a eles e assim o fez.
O fim da segunda guerra mundial, Antoine de Saint Exupery não viveu para ver. Em 31 de Julho de 1944, o general Gavoille confia-lhe uma missão. É o seu último vôo. Desaparece sem deixar vestígios.
Leon Werth diria ao fim da guerra: a "paz, sem Tonio (Exupery) não é inteiramente a paz." Leon Werth não leu o livro pelo qual foi em parte responsável senão cinco meses após a morte do seu amigo, quando recebeu edição especial da obra."
Extraído, integralmente, de: Literatus

6 comentários:

Gabriela Alcântara disse...

Adoro essa dedicatória (:

andrea augusto - angelblue83 disse...

Muito legal da sua parte pedir e colocar o link, Gabriela.
Fique a vontade pra copiar qq coisa. Confio na sua idoneidade.

abrs e sucesso!
Andrea

Dio disse...

Temos muito a aprender com as crianças, e com nós mesmos quando criança.
Exupéry entendia muito bem isso. E O Pequeno Príncipe é a prova. Um dos mais belos livros de minha infância, considerando que posso chamar de infância todo o período em que me sentir um ser vivo, afinal, estamos sempre aprendendo, nunca poderemos nos considerar experientes, adultos feitos, pois acima de nós sempre existirá alguém mais experiente, mais formado.

Abraços bem fortão assim ó,
Diogo. :)

Peterson Uchoa Mayrinck disse...

que lindo, Diogo! :~
A parte do abraço bem fortão foi emocionante. :D

Juro que até hoje não li "O Pequeno Príncipe" :S

A amizade deles parece ter sido do tipo que constrói coisas interessantes e importantes, e não simplesmente a frivolidade de muitas relações. Quem sabe não dê para aprender com eles...


Abraço bem fortão assim ó (mas só um, porque senão Dio fica com ciúmes),
Peterson. :)

Bárbara disse...

Estou lendo o livro em francês, estou adorando. Realmente a dedicatória é muito forte e na aula ficamos curiosos para saber se realmente existiu um Léon Werth.

Agora sabendo da história desses amigos vejo o quanto realmente é FORTE essa dedicatória. =)


Abraços!

Unknown disse...

Esse livro é fantástico! Chorei, ri e me emocionei horrores! Vale muito a pena, leiam com o coração, o coração de uma criança ❤️