terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A qualidade da educação* explica o desenvolvimento econômico-social dos países?

Recentemente foi divulgada a lista das melhores universidades do mundo**. Para escolhê-las são levados em consideração diversos critérios. Citando um dos mais importantes, temos a forma como a Instituição de Ensino gera e comunica à sociedade seu conhecimento científico. O intuito de listas desta natureza é mensurar a atividade e visibilidade das Instituições, tentando criar um indicador capaz de mostrar o impacto e o prestígio das Universidades.

A lista mais recente foi divulgada pela “Webometrics Ranking of World Universities”. A pesquisa consistiu num estudo de 16.000 Universidades ao redor do mundo. E em seu site estão disponíveis os dados com as 500 melhores. Em sua classificação, o MIT (Massachusetts Institute of Technology – www.mit.edu) encontra-se em primeira posição. No caso brasileiro, temos nove representantes. Em 87º USP, 159º UNICAMP, 285º UFRGS, 299º UFRJ, 304º UFSC, 356º UFMG, 403º UNB, 448º PUC – RJ e 458º Universidade Estadual Paulista. Dessa lista, eu ainda destaco quantas Universidades são consideradas as melhores por continente, veja a seguir:

Além dessa lista, há outras duas consideradas mais relevantes. A primeira da qual mostrarei alguns dados, é a do Institute of Higher Education Shanghai Jiao Tong University. Na tabela acima, vêem-se os dez países com o maior número de universidades citadas no ranking.
Note que apenas esses países concentram mais que ¾ de todas as Universidades consideradas de alta qualidade. Aqui, a melhor universidade é a Harvard Univ, ficando o MIT em quinta colocação. As Universidades brasileiras citadas e suas respectivas colocações são: em 143º USP, 258º UNICAMP, 366º UFRJ, 464º Universidade Estadual Paulista e em 465º UFMG. Isso no conjunto de 510 Universidades.

O segundo índice é o The Times. Aqui, a Harvard Univ também é colocada na primeira colocação, e o MIT está na nona. As Instituições brasileiras citadas e suas respectivas colocações foram: 196º USP, 249º UNICAMP, 334º UFRJ, e em seguida, porém sem colocação no site, temos a Universidade Estadual Paulista, a PUC – RJ, a Dom Cabral Foundation e a FGV. Em seguida, trago uma tabela com os dez países mais citados no ranking do The Times. Juntos esses dez países possuem aproximadamente 64% das mais respeitadas Universidades do mundo.
Por fim, trago informações que dizem respeito aos bancos de dados tão úteis em pesquisas. Este ranking visa classificar os melhores repositórios da web ao redor do mundo. A pesquisa pode ser vista no hiperlink Ranking Web of World Repositories. O melhor repositório é francês e se chama Hal CNRS. Os repositórios brasileiros citados e suas respectivas colocações foram, em 62ª – A biblioteca digital de teses e dissertações da USP; em 79ª – A biblioteca digital jurídica do Superior Tribunal de Justiça; em 186ª – A biblioteca digital de teses e dissertações da UFPR; e em 247ª – Repositórios institucionais em Ciências da Comunicação.


Enfim, depois de tantas tabelas, e tantos números, para quê serviu esta postagem? A primeira coisa que pensei após olhar os resultados dessas pesquisas foi indagar sobre a questão das desigualdades existentes entre os países que possuem o melhor nível de educação superior do mundo e os outros, inclusive, o Brasil. Não precisa ser muito esperto para verificar que os dez primeiros países de cada ranking quase sempre são os mais desenvolvidos, tanto economicamente, quanto em qualidade de vida. Ainda interpretando os dados, vejo que as desigualdades não se dão apenas entre países, mas também ocorre no âmbito regional. Basta observar quais são as melhores universidades brasileira, entre elas eu não vi a federal do Acre, nem a de Pernambuco. O que vi, foi uma hegemonia de Instituições do eixo Sul-Sudeste. Neste post, não vou explicitar uma opinião fechada, vou apenas indagar: Será que a qualidade da educação explica o desenvolvimento econômico-social dos países? A resposta parece óbvia, mas ainda há quem não “queira” vê-la***.

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* O sentido de educação empregado aqui, é de produção de pesquisa, conhecimento e novas tecnologias.

** Mais informações, inclusive sobre a metodologia empregada nas pesquisas, basta consultar os hiperlinks. Todos os rankings estão disponíveis nos sites dos realizadores das pesquisas.

***Mais informações sobre a produção do conhecimento no mundo, você pode acessar: http://www.scimagojr.com/index.php. O portal do SCImago Journal and Country Rank, é de acesso gratuito, e permite a extração de estatísticas e gráficos de produção científica. Ele oferece um indicador de impacto baseado em algoritmo do Google, e a base para a geração desses indicadores é a Scopus, uma das maiores bases mundiais de documentos científicos e de citações.

Um comentário:

Girabela disse...

Provocando ainda mais:
Será que a qualidade da educação explica o desenvolvimento econômico-social dos países ou o desenvolvimento econômico-social dos países explica a qualidade da educação?