quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Que tal um cineminha?

Mesmo com dezenas de páginas para ler, eu não tenho dispensado um cineminha à noite. Só esta semana que ainda está na metade , fui ao cinema duas vezes. Na última segunda-feira, assisti a A verdade nua e crua (The ugly truth) e ontem foi a vez do infantil Tá chovendo Hamburguer, (Cloudy with a Chance of Meatballs), ambos produções do cinema estadunidense. Além da coincidência no país de origem algo não muito improvável, tendo em vista a grande produção cinematográfica dos Estados Unidos , a temática dos filmes assemelha-se no tocante ao mote televisivo que ambos apresentam em seus roteiros.

Em A verdade nua e crua, a busca pela audiência leva a produtora Abby Richter (Katherine Heigl) a infringir seus princípios e aceitar as idéias malucas do apresentador Mike Alexander (Gerard Butler). Ele tem uma teoria bastante controversa acerca do mundo masculino, que, como sugere o poster do filme, está mais interessado em sexo e não liga para sentimentos. Mike é considerado, por Abby, um grande machista, mas com suas dicas "preciosas", ela conquista um verdadeiro gentleman e percebe que as teorias do apresentador fazem algum sentido.

O filme não surpreendentemente é repleto de clichês das "comédias românticas norte-americanas" e dos ensinamentos de livros de auto-ajuda, inclusive a impressão que se tem ao assisti-lo é de estar lendo algo como Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? E claro, o desfecho do longa-metragem não poderia ser mais óbvio. Com toda a carga de elementos negativos do filme, contudo, considero-o uma boa pedida para um fim de noite despretensioso, pois dispõe de certa graciosidade.

Acerca da proposta de Tá chovendo Hamburguer adaptação de livro infantil escrito pelos próprios roteiristas do filme, Judi Barret e Ron Barrett é possível tecer comentários mais positivos. Com produção da Sony Pictures, o filme estreou no último fim de semana e já lidera as bilheterias brasileiras, tendo, inclusive, superado o público de Up - altas aventuras, grande aposta dos estúdios Disney / Pixar para este ano.

Assinado por Phil Lord e Chris Miller, que também dirigiram Shrek Terceiro (Shrek the third), o longa conta a história do cientista bem intencionado Flint, capaz de fazer chover comida na sua cidade. Na tentativa de mudar a rotina dos moradores que, há anos, alimentam-se exclusivamente de sardinha, ele cria uma máquina para converter a água das nuvens em deliciosos lanches e guloseimas. A cidade inteira comemora a invenção de Flint, que passa a ser ícone do lugar e alvo dos interesses do ambicioso prefeito.

Com a mirabolante invenção, Flint fica a mercê dos desejos gastronômicos dos cidadãos, que exigem cada vez mais da máquina. A situação modifica o comportamento do clima e traz sérias conseqüências para a cidade. Tal fato atrai a cobertura da mídia, que no filme é representada pela (quase) jornalista Sam Sparks, estagiária de uma emissora de TV. Sam, à princípio vista como destrambelhada pelo âncora do telejornal, revela-se uma "nerd" que entende tudo sobre os fenômenos meteorológicos e a invenção de Flint; ou seja, alguém capaz de ajudá-lo na recuperação da normalidade do lugar. E, claro, ela é a mocinha da história por quem Flint vai nutrir certa paixão.

Mundo infantil à parte, uma visão atenta do filme revela um tom de crítica do roteiro à sociedade vigente que tendendo ao consumo exagerado e à exploração do Meio Ambiente sofre, hoje, com o aquecimento global e as suas conseqüências. Uma inteligente e bem sucedida metáfora da situação do mundo atual que soa como Uma verdade inconveniente destinado ao público infantil. Uma boa sugestão para o Dia das Crianças que se aproxima.

2 comentários:

Davi disse...

cineminha é bom

Girabela disse...

Sempre.


Abraços,
Gabriela