O que falar sobre dois dos mais antigos clubes de futebol brasileiro? O que falar sobre a paixão de duas torcidas quando seus times estão em campo? Alguém já me disse que certa vez, Nelson Rodrigues falou que dentre as coisas menos importantes da vida, o futebol é a mais importante. De fato, para os brasileiros isso é quase regra, aqui, o estranho é não gostar de futebol.Como em vários estados pelo Brasil afora, em Pernambuco não é diferente. Aqui é realizado o terceiro mais antigo Clássico de todo o Brasil. Seja na Ilha do Retiro ou seja no Estádio dos Aflitos é possível encontrar a manifestação desse fenômeno: o amor pelo
futebol. E esse amor tem cara, cores, rivalidade, gols e emoções. Há exatos 100 anos, no Recife, era escrita a primeira página desse livro. Em 25 de julho de 1909, no campo do British Club, o primeiro “Clássico dos Clássicos” (Sport versus Náutico) era jogado. O placar foi favorável ao time alvi-rubro que ganhou a partida amistosa por 3 x 1. De lá para cá já foram 512 partidas disputadas, com 169 vitórias do Timbu, 197 do Leão e 145 empates.
Um dos ingredientes da rivalidade entre os clubes é saber qual deles possui a hegemonia local. Se pensarmos hegemonia como aquele que possui o maior número de títulos, o Sport está a anos-luz de distância. Entretanto, se o Náutico possui alguma vantagem, é pelos seus seis título
s pernambucanos consecutivos. O que acirra mais os nervos, pois mesmo o Sport possuindo 38 títulos contra 21 do seu rival, seguidamente seu maior triunfo foi um pentacampeonato em 2000. Além de que, as duas vezes que o hexacampeonato ficou ameaçado em cair nas mãos inimigas, o Timbu tratou de ganhar o campeonato e acabar com a felicidade alheia (uma vez tirou das mãos do Santa Cruz, e mais recentemente, do Sport). Em meus registros jornalísticos sobre os triunfos do rubro-negro pernambucano, encontrei uma foto e uma charge, que vocês podem ver a seguir, que demonstra bem o espírito e a mística em torno do maior feito alvi-rubro.

Fotos do caderno de esportes do Jornal do Commercio de 22 de junho de 2000. Para ampliar qualquer imagem, basta apenas clicar nelas.
Outra curiosidade é que a disputa é levada tão seriamente no clube da Rosa e Silva que eles não põem o escudo do Leão em seu site oficial (como pode ser visto na foto a seguir). Em geral, os sites oficiais dos clubes colocam em suas páginas o resultado do último jogo e o próximo a ser jogado, como pode ser observado no do Sport. Mas como pode ser visto na do Náutico, é visível apenas o escudo do Botafogo-RJ e do Timbu, e nada do Leão.
Como ritual que se repete há tanto tempo, seria impensável não haver aquelas histórias mais marcantes. O breve relato que vou contar se passou em 1975, e obviamente eu não era nascido. Desse modo, essa história chegou a mim através da minha avó (alvi-rubra) e do meu pai (rubro-negro). Em 1975, o Sport amargurava doze anos sem conseguir desbancar seus arqui-rivais. Foi nesse espaço de tempo 1963 a 1974 que o Náutico conseguiu seu hexacampeonato e o Santa Cruz seu penta. Nesse jogo, o time da Rosa e Silva saiu na frente do marcador, e o tempo normal acabou 1 x 0 ao seu favor. Só que esse resultado forçava o jogo ir para a prorrogação. A partida durou quase três horas, e no fim, o Leão do Norte sagrou-se mais uma vez campeão pernambucano acabando o seu jejum. Toda vez que esse jogo volta a discussão é lembrado como “o jogo que terminou no outro dia” e que foi um teste para cardíaco.
Enfim, dia 26 de julho (amanhã), será realizada a partida de número 513. Sem dúvidas, meu coração rubro-negro pede e torce por um massacre leonino para cima dos timbus. Mas, paixões a parte, o que me emociona, é ver duas torcidas que se alegram e se entristecem por times das suas regiões. Que independentemente de que condição esteja, Libertadores, Série A ou B, zona de rebaixamento ou não, lutam com suas equipes, e não se deixam render por times extremamente favorecidos pelas mídias do sudeste do país. Ainda bem que somos um pólo de resistência a essa lógica, e por esse motivo, temos muito a comemorar. Pra cima deles Leão... ops.. Mantendo a neutralidade, bom jogo para todos!
Um dos ingredientes da rivalidade entre os clubes é saber qual deles possui a hegemonia local. Se pensarmos hegemonia como aquele que possui o maior número de títulos, o Sport está a anos-luz de distância. Entretanto, se o Náutico possui alguma vantagem, é pelos seus seis título

Fotos do caderno de esportes do Jornal do Commercio de 22 de junho de 2000. Para ampliar qualquer imagem, basta apenas clicar nelas.Enfim, dia 26 de julho (amanhã), será realizada a partida de número 513. Sem dúvidas, meu coração rubro-negro pede e torce por um massacre leonino para cima dos timbus. Mas, paixões a parte, o que me emociona, é ver duas torcidas que se alegram e se entristecem por times das suas regiões. Que independentemente de que condição esteja, Libertadores, Série A ou B, zona de rebaixamento ou não, lutam com suas equipes, e não se deixam render por times extremamente favorecidos pelas mídias do sudeste do país. Ainda bem que somos um pólo de resistência a essa lógica, e por esse motivo, temos muito a comemorar. Pra cima deles Leão... ops.. Mantendo a neutralidade, bom jogo para todos!

4 comentários:
Muuuito neutro vc ¬¬'
Massa o post!
Beijos pra tu =*
Foi o máximo de afastamento da paixão que eu consegui. No fundo, no fundo, precisamos um do outro. Entretanto, que vença sempre o melhor, no caso, o Sport. =)
Abraços
Nem li para não brigar contigo.
Hahahaha
Abraços,
Gabriela.
Você deveria ter lido, para ver o quanto eu fui sensato! =)
Abraço.
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