"TEATRO É AO VIVO, VÁ VER"
A programação teatral da cidade parece esconder-se do público. Com várias peças acontecendo na cidade, sites como o "pe360graus" só divulgam o Balé de São Petersburgo, custando nada mais nada menos que cinqüenta reais (R$50) para estudantes. A crítica, proferida aqui, não se destina ao Balé, que, com composição de Tchaikovsky, certamente é belíssimo, mas à má divulgação dos programas culturais. Combatendo-a, há a Agenda Cultural, divulgada pela Prefeitura da Cidade do Recife, que teve a sua primeira publicação no ano de 1995, com distribuição gratuita em locais de acesso público, além de possuir uma versão online.
Medéaaponto, peça conhecida por mim através de tal agenda, chamou a minha atenção por tratar-se de uma personagem curiosa e complexa da mitologia grega. Medéia exala um quê de feminismo e leva ao extremo o ciúme, com requintes de crueldade. Além de ser uma adaptação da obra de Eurípides, um dos grandes tragediógrafos da Grécia Antiga, sendo Medéia uma de suas grandes peças.
Sábado (12/julho), portanto, fui ao Teatro Alfredo de Oliveira, anexo do Teatro Waldemar de Oliveira, assistir à peça, que disputou (?) público com Um Sábado em Trinta, de Luiz Marinho, cujo ingresso estava, instantes antes de começar, custando cinqüenta reais (R$50). Ao perceber a grande quantidade de pessoas na bilheteria e ao ser informada do espetáculo de Luiz Marinho, homenageado do VII Festival Recife do Teatro Nacional, lembrei da minha "teoria" de que o recifense, em geral, só vai aos teatros e aos cinemas ditos culturais quando trata-se de uma apresentação renomada.
Não pensei duas vezes em comprar o ingresso para Medéaaponto, não só pelo meu interesse anterior, como também pelo preço, quase dez (10) vezes mais barato que a peça-alvo (Sábado em Trinta) daquela noite. Ao entrar no teatro, percebi que quase ninguém pensou como eu, pois o "despovoamento" das cadeiras era notório, embora o recinto fosse pequeno (bem pequeno).
Havia apenas uma atriz em cena — o que não significa dizer que era um monólogo — que interpretava e cantava com muito talento, esbanjando experiência. Algumas "inovações tecnológicas" na cena, mesmo bastante ousadas, não me fizeram perder o interesse, quebraram, pois, o clima tenso, confesso que passei boa parte do tempo com medo, de forma interessante. Recomendo.
A programação teatral da cidade parece esconder-se do público. Com várias peças acontecendo na cidade, sites como o "pe360graus" só divulgam o Balé de São Petersburgo, custando nada mais nada menos que cinqüenta reais (R$50) para estudantes. A crítica, proferida aqui, não se destina ao Balé, que, com composição de Tchaikovsky, certamente é belíssimo, mas à má divulgação dos programas culturais. Combatendo-a, há a Agenda Cultural, divulgada pela Prefeitura da Cidade do Recife, que teve a sua primeira publicação no ano de 1995, com distribuição gratuita em locais de acesso público, além de possuir uma versão online.
Medéaaponto, peça conhecida por mim através de tal agenda, chamou a minha atenção por tratar-se de uma personagem curiosa e complexa da mitologia grega. Medéia exala um quê de feminismo e leva ao extremo o ciúme, com requintes de crueldade. Além de ser uma adaptação da obra de Eurípides, um dos grandes tragediógrafos da Grécia Antiga, sendo Medéia uma de suas grandes peças.
Sábado (12/julho), portanto, fui ao Teatro Alfredo de Oliveira, anexo do Teatro Waldemar de Oliveira, assistir à peça, que disputou (?) público com Um Sábado em Trinta, de Luiz Marinho, cujo ingresso estava, instantes antes de começar, custando cinqüenta reais (R$50). Ao perceber a grande quantidade de pessoas na bilheteria e ao ser informada do espetáculo de Luiz Marinho, homenageado do VII Festival Recife do Teatro Nacional, lembrei da minha "teoria" de que o recifense, em geral, só vai aos teatros e aos cinemas ditos culturais quando trata-se de uma apresentação renomada.
Não pensei duas vezes em comprar o ingresso para Medéaaponto, não só pelo meu interesse anterior, como também pelo preço, quase dez (10) vezes mais barato que a peça-alvo (Sábado em Trinta) daquela noite. Ao entrar no teatro, percebi que quase ninguém pensou como eu, pois o "despovoamento" das cadeiras era notório, embora o recinto fosse pequeno (bem pequeno).
Havia apenas uma atriz em cena — o que não significa dizer que era um monólogo — que interpretava e cantava com muito talento, esbanjando experiência. Algumas "inovações tecnológicas" na cena, mesmo bastante ousadas, não me fizeram perder o interesse, quebraram, pois, o clima tenso, confesso que passei boa parte do tempo com medo, de forma interessante. Recomendo.
MEDÉAAPONTO
O espetáculo vai fundo na mitologia grega e exibe de forma visceral um dos mais marcantes trabalhos de valor imaginativo da literatura ocidental. Com direção de Marcondes Lima, a peça mostra a entrega absoluta da atriz ao seu personagem que além de Medéia desempenha a voz da ama, de Creonte e de outros personagens. A música é o elemento dialético mais marcante da montagem já que as falas da protagonista soam como canções de pesar e degredo.
Sab | 21h
Teatro Alfredo de Oliveira
Praça Osvaldo Cruz, Boa Vista, Recife
Tel 3222 1200
R$ 12 e R$ 6
3 comentários:
De fato a Agenda Cultural é uma ferramenta de grande ajuda na divulgação da produção cultural recifense, ainde que, na minha opinião, não explore o seu potencial todo, pois poderia atuar como meio de divulgação de todas as produções, e não só as baratas alternativas.
No mais, Medéiaaponto é genial. Mas cuidado, ela olha você no olho pra falar. Ela comemora suas maldades e o convida a brindar. Realmente, é genial. Teatro bom é raro hoje em dia. Vá ver. Vão ver.
Abraços,
Diogo.
Pois é... o já comentado problema da falta de apoio ao teatro. Muito rica sua crítica, gabi! Há muito mais que caras produções no cenário teatral recifense e, embora os grandes veículos de comunicação não lhes ofereçam o devido espaço, é bom saber que tem quem procure opções em fontes alternativas, como a Agenda.
Conheço a tragédia grega e também uma divina adaptação desta por Chico Buarque, em Gota d'água, na década de 70. Chama-me atenção o tom que esta peça deve ter ganhado no século XXI, quando as mulheres alcançaram seu almejado espaço no mundo masculino. É ainda bem interessante o fato de uma mesma atriz desempenhar todos os papéis, sendo estes sempre muito densos, pelo que conheço. Sem dúvida, uma boa pedida para o próximo final de semana. Serei uma das poucas cadeiras ocupadas na pequena sala do Teatro Alfredo de Oliveira.
Muito bom você fazer menção à peça Gota d'Água, Mai. Não a li e, embora não tenha sido, propriamente, uma sugestão, vou procurar ler.
Boa peça, depois comenta aqui tuas impressões sobre Medéaaponto.
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