domingo, 9 de agosto de 2009

Me ensina a fazer canção com você

Fim de semana passado, tive uma experiência incrível (!). Quem me conhece há mais tempo sabe do meu interesse por instrumentos de corda e, certamente, já deve ter ouvido algo sobre a minha vontade de aprender a tocar violão, violino, cavaquinho ou bandolim. Tudo começou com o desejo de ser uma violonista, mas como me sentia desconfortável com o tamanho do instrumento, bem além dos meus abraços, hesitei aprender a tocá-lo. Eis que desviei meus olhares para o violino, vendo nele uma solução para os meus braços curtos, ao mesmo tempo em que me encantava a sua aparência doce. Toda a história clássica deste instrumento, contudo, não me deixava muito à vontade ao imaginar os sons que gostaria de compartilhar com ele. Sentia-me como se quisesse dançar valsa em ritmo de forró. Assim, pensei em enveredar-me pelas raízes do samba e achei por bem tocar cavaquinho. E já me imaginava na mesma pose de Marisa Monte em uma foto com o instrumento (Haha). Bem, acabei na dúvida entre este e o bandolim, cujo som do choro encantava-me. Durante certo tempo, o segundo dominou a minha preferência e estava certa de que ele seria, finalmente, o meu melhor amigo. Ledo engano. No fim de semana passado, tive algumas "aulas" de violão e tudo o que eu pensei durante anos caiu por terra: o violão não é tão grande assim. Apaixonei-me. Bem, não sei se foi o momento, o “método” do professor ou ambos, mas, pela primeira vez, consegui segurar direito o violão e até extrair alguns acordes. Sim, fiz, a princípio, com que as cordas vibrassem um lindo LÁ (A), um esquisito RÉ (D), um simpático MI (E). Posteriormente, num lapso entre um RÉ e outro, descobri o SI BEMOL DIMINUTA COM GRAVE EM LÁ (Bbº/A). É provável que um outro professor simplesmente apontasse o erro e não me felicitasse com a descoberta. Isso, talvez, contribuísse para a realização efetiva do RÉ, mas, certamente, suprimiria o estímulo à criação e não teria tornado possível todo o ensinamento sobre os meio-tons — bemol e sustenido. Descobri, ainda, que "traste" não é dos piores xingamentos e que os dedos nem doem tanto quanto eu pensava e quanto doíam anteriormente. Conforme o meu desempenho com as cordas evoluía, novos acordes eram ensinados. Assim, com mais um ou dois dias de “aulas”, eu estava compondo uma canção (com letra!) formada por MI (E) e MI MENOR (Em). E tive a oportunidade de conhecer o RÉ COM SÉTIMA AUMENTADA (D7M), bem mais divertido do que o RÉ MAIOR. O violão possibilitou um passeio, realmente, rico pelos ensinamentos da Teoria Musical, rendendo grandes lições. Agora, quando eu ouvir falar sobre tempo de uma música, não vou mais pensar somente nos minutos e segundos de sua duração, mas também na lógica da batida que ela possui — se é binária, terciária ou quaternária. Foram dias de grande aprendizado e eu, realmente, não imaginava que fosse possível uma evolução tão rápida. Bem, de tudo o que aprendi, solfejar ainda me parece uma missão complicada e até engraçada, mas prometo que vou treinar. Que venha o violão.


Um grande beijo para o professor.

2 comentários:

rodrigo martins disse...

que venham as suas melodias!

Pe Soa disse...

Um grande beijo para a aluna!