Em geral, sou bastante receptiva em relação aos filmes nacionais; não quero com isso dizer que gosto de todos, nem poderia, afinal não tenho vocação para major Quaresma. De qualquer forma, é melhor alertar, o quanto antes, para a opinião frágil e facilmente rebatida que tenho sobre filmes, já que não entendo sobre arte cinematográfica e pouco (!) conheço do cinema brasileiro de antes da "retomada". Em suma, não tenho bagagem teórica nem prática para dialogar horas a fio sobre o melhor de Truffaut ou mesmo acerca do grande Glauber Rocha.
O desconhecimento que tenho da cena cinematográfica mundial e brasileira não é premeditado, ao contrário, tento findá-lo, pois me agrada entender sobre o tema. Assim, não escrevo como forma de apologia ao "analfabetismo cinematográfico", de jeito nenhum; contudo, não posso negar esse fato, essa minha condição.
Espero que, com o que eu disse, o leitor não pense que meu filme preferido é O Diário de Bridget Jones, a que assisti com asco no auge dos meus treze anos, para satisfazer a vontade de uma amiga. Explico para não pensarem, equivocadamente, que eu gostei de ver O Poderoso Chefão. Não, não gostei. Sei o quanto dizer isso aos quatro ventos é pedir para ser olhada com ar de desprezo — sobretudo, se você estuda no Centro de Artes de Comunicação — mas não escondo.
Lembro que fui sozinha à locadora, ano passado, pegar a trilogia de O Poderoso Chefão e o balconista olhou-me com uma expressão de respeito, como se dissesse "Escolha perfeita!" Certamente, surpreendeu-se com o fato de uma garota com jeito de treze ou catorze anos interessar-se pelo clássico de Coppola. A expectativa pelo filme era gigante, já que o título é presença garantida no top five dos intelectuais de plantão, e eu odeio a "expectativa cinematográfica", que, em geral, transforma-se em decepção para mim.
Decepção foi o que senti quando o cast subiu. Definitivamente, a família Corleone não me agradou (!). Talvez seja necessário frisar que não considero o filme ruim, nem posso, não tenho argumento para sustentar essa tese; também não posso, contudo, afirmar que gostei, porque a história não chamou a minha atenção. Quando falo isso, dizem que eu não estava num bom dia para ver aquele estilo de filme e que por isso não gostei; pode ser, mas não tenho vontade de revê-lo. E para terminar de frustrar qualquer paquera "intelectualóide", eu não só gostei de Titanic, como chorei todas as vezes que revi (sim, eu revi!).
O desconhecimento que tenho da cena cinematográfica mundial e brasileira não é premeditado, ao contrário, tento findá-lo, pois me agrada entender sobre o tema. Assim, não escrevo como forma de apologia ao "analfabetismo cinematográfico", de jeito nenhum; contudo, não posso negar esse fato, essa minha condição.
Espero que, com o que eu disse, o leitor não pense que meu filme preferido é O Diário de Bridget Jones, a que assisti com asco no auge dos meus treze anos, para satisfazer a vontade de uma amiga. Explico para não pensarem, equivocadamente, que eu gostei de ver O Poderoso Chefão. Não, não gostei. Sei o quanto dizer isso aos quatro ventos é pedir para ser olhada com ar de desprezo — sobretudo, se você estuda no Centro de Artes de Comunicação — mas não escondo.
Lembro que fui sozinha à locadora, ano passado, pegar a trilogia de O Poderoso Chefão e o balconista olhou-me com uma expressão de respeito, como se dissesse "Escolha perfeita!" Certamente, surpreendeu-se com o fato de uma garota com jeito de treze ou catorze anos interessar-se pelo clássico de Coppola. A expectativa pelo filme era gigante, já que o título é presença garantida no top five dos intelectuais de plantão, e eu odeio a "expectativa cinematográfica", que, em geral, transforma-se em decepção para mim.
Decepção foi o que senti quando o cast subiu. Definitivamente, a família Corleone não me agradou (!). Talvez seja necessário frisar que não considero o filme ruim, nem posso, não tenho argumento para sustentar essa tese; também não posso, contudo, afirmar que gostei, porque a história não chamou a minha atenção. Quando falo isso, dizem que eu não estava num bom dia para ver aquele estilo de filme e que por isso não gostei; pode ser, mas não tenho vontade de revê-lo. E para terminar de frustrar qualquer paquera "intelectualóide", eu não só gostei de Titanic, como chorei todas as vezes que revi (sim, eu revi!).
Bem, existem muitos filmes entre O Poderoso Chefão e Titanic e dentre esses títulos, em alguns, compartilho do mesmo posicionamento dos intelectuais de plantão (livrei-me da fogueira!). Recentemente, por exemplo, gostei muito de O Curioso Caso de Benjamin Button, cujos imperceptíveis e nada enfadonhos cento e sessenta e seis minutos também foram elogiados pela crítica.
Folheando a revista Veja, ontem, deparei-me com a história de um pai, crítico de cinema, que, atendendo ao pedido do filho, aceitou que ele parasse de estudar aos quinze anos. A única condição imposta ao garoto foi que ele assistiria aos filmes que o progenitor indicasse. Assim, toda semana, durante três anos, pai e filho compartilharam experiências cinematográficas. A fim de evitar "tendenciosidades", o pai escolhia os filmes aleatoriamente, bons e ruins, antigos ou lançamentos. Óbvio, que foi uma decisão difícil e bastante arriscada, mas deu certo; o garoto decidiu dar continuidade aos estudos e pretende ser cineasta. A trajetória dessa experiência pode ser lida em O Clube do Filme, livro que há três semanas está entre os mais vendidos na lista da Veja.
A história, que ganhou páginas na Veja desta semana, expressa um pouco a influência que os filmes, bons ou ruins, têm nas vidas das pessoas, tais como os livros. Quem nunca sentiu vontade de viver uma passagem cinematográfica? Inúmeros foram os títulos de filme que serviram para a minha construção. Afinal, algumas cenas, realmente, ficam marcadas na cabeça, como trechos de músicas que nunca esqueceremos.
Hoje, uma cena assim veio à minha mente. Quando assisti ao filme Lisbela e o Prisioneiro, a passagem em que o pai da mocinha dá adeus a ela chamou a minha atenção. O delegado, temendo a prisão da filha, aceita que ela fuja com o Leléu — um malandro sem eira nem beira — e despede-se de Lisbela com um grito que nunca esqueci, algo como: Vá e seja feliz! (Na verdade é "Vááááááá e seja filiiiiiiiiiiiiiiiiiix"). A cena marcou-me pelo notório estado de tristeza que ele fica com a partida da filha e, principalmente, pelo amor expressado em tal frase.
O amor é um sentimento tão forte que é capaz de renunciar a presença, ainda que ela seja muito triste, em prol da felicidade de quem se ama; tal despedida expressa exatamente isso e, assim, encanta-me profundamente. Bem, recordei-me dessa cena porque um querido amigo está de malas prontas para viajar. Hoje foi a despedida dele e foi nítido perceber o mesmo amor do pai de Lisbela em cada uma das pessoas presentes, pois ainda que a dor seja grande, o que mais queremos é a felicidade dele.
Folheando a revista Veja, ontem, deparei-me com a história de um pai, crítico de cinema, que, atendendo ao pedido do filho, aceitou que ele parasse de estudar aos quinze anos. A única condição imposta ao garoto foi que ele assistiria aos filmes que o progenitor indicasse. Assim, toda semana, durante três anos, pai e filho compartilharam experiências cinematográficas. A fim de evitar "tendenciosidades", o pai escolhia os filmes aleatoriamente, bons e ruins, antigos ou lançamentos. Óbvio, que foi uma decisão difícil e bastante arriscada, mas deu certo; o garoto decidiu dar continuidade aos estudos e pretende ser cineasta. A trajetória dessa experiência pode ser lida em O Clube do Filme, livro que há três semanas está entre os mais vendidos na lista da Veja.
A história, que ganhou páginas na Veja desta semana, expressa um pouco a influência que os filmes, bons ou ruins, têm nas vidas das pessoas, tais como os livros. Quem nunca sentiu vontade de viver uma passagem cinematográfica? Inúmeros foram os títulos de filme que serviram para a minha construção. Afinal, algumas cenas, realmente, ficam marcadas na cabeça, como trechos de músicas que nunca esqueceremos.
Hoje, uma cena assim veio à minha mente. Quando assisti ao filme Lisbela e o Prisioneiro, a passagem em que o pai da mocinha dá adeus a ela chamou a minha atenção. O delegado, temendo a prisão da filha, aceita que ela fuja com o Leléu — um malandro sem eira nem beira — e despede-se de Lisbela com um grito que nunca esqueci, algo como: Vá e seja feliz! (Na verdade é "Vááááááá e seja filiiiiiiiiiiiiiiiiiix"). A cena marcou-me pelo notório estado de tristeza que ele fica com a partida da filha e, principalmente, pelo amor expressado em tal frase.
O amor é um sentimento tão forte que é capaz de renunciar a presença, ainda que ela seja muito triste, em prol da felicidade de quem se ama; tal despedida expressa exatamente isso e, assim, encanta-me profundamente. Bem, recordei-me dessa cena porque um querido amigo está de malas prontas para viajar. Hoje foi a despedida dele e foi nítido perceber o mesmo amor do pai de Lisbela em cada uma das pessoas presentes, pois ainda que a dor seja grande, o que mais queremos é a felicidade dele.
3 comentários:
Que texto divertido, Gabi. Há tempos não lia algo assim por aqui.
De fato, o simples argumento, não gostei, porque não me atraiu, não convence a ninguém. Mas também, ninguém tem nada a ver com seus gostos cinematográficos. Apesar de achar uma pena você não ter curtido a saga da família Corleone.
Ah, também gostei de como você saiu da sua relação com o cinema nacional e estrangeiro, passou pela matéria da veja, e acabou na despedida do seu amigo.
Abraço!
ÊÊÊÊ, que bom que você gostou. Foi uma digressão e tanto.
Abraços,
Gabriela.
Plim, plim!!
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