segunda-feira, 29 de junho de 2009

Divagação acerca do amor

Ontem, depois de postar, não consegui dormir com facilidade. Na cama, fiquei refletindo se, ao fazer referência ao filme Meu Primeiro Amor, eu não estaria confundindo amor e paixão. Bem, ouvi a "lição" (Uma paixão não anula a outra) quando me explicavam que estar apaixonada por X, não impede uma paixão por Y. Não sei se concordo com tal pensamento, mas ele chamou a minha atenção por seu caráter simultâneo, que, quase sempre, é proibido nos relacionamentos. Destacando, falou-se em paixão e não em amor, em momento nenhum a palavra "amor" foi mencionada.

Ao escrever o post anterior, eu meio que disvirtuei o sentido original da "lição". Para mim, ainda que Vada Sultenfuss (a garota do filme) apaixone-se por outro garoto durante a sua vida, sua paixão por Tomas (Macaulay Culkin), jamais será anulada, de forma que ela nunca o esquecerá. Posteriormente, atinei-me para o fato de que, como diz o próprio nome do filme (Meu Primeiro Amor), não se fala em paixão. Nesse momento, embolei-me na cama e perdi o sono tentando descobrir o limiar entre tais sentimentos.

Assim, lembrei do outro Tomas, personagem do livro A Insustentável Leveza do Ser (que ainda não terminei), e questionei-me se ele realmente ama Tereza, já que a trai com outras mulheres. Ele justifica-se com o fato de que nenhuma delas ameaça a posição que Tereza ocupa em sua vida. E, por isso, Milan Kundera escreveu, em "defesa" de Tomas:
Tomas pensava: deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher).
[Recorte do cartaz de Dona Flor e
Seus Dois Maridos, o filme]

É possível trair alguém que se ama? Para alguns, a fidelidade nem sequer existe; outros acham que amor é uma utopia. A partir de quando um gesto ou uma palavra é (ou pode ser considerado) uma traição? Afinal, o que é o amor e como a paixão o influencia?


P.S.: Estou meio sentimentalóide, acho que a culpa é de A Insustentável Leveza do Ser.

4 comentários:

Mai Melo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mai Melo disse...

Às vezes as pessoas se bastam uma a outra, às vezes não. No segundo caso, fico com as palavras de Raul quando diz que "além de dois existem mais."
Beijo, Gabi.

Santiago. disse...

Conheço essas divagações de gabi sobre a possibilidade de amar, gostar, querer (ou seja lá o que for) mais de uma pessoa simultaneamente. Que se passa Gabi?

Abraço.

Girabela disse...

Lá vem tu com teus conhecimentos sobre mim. Não divulga não, po. ajdaskljdklasdjasjdalksjdlkas


Abraços,
Gabriela.