quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Estou chegando quase"

Ontem assisti a Budapeste, adaptação cinematográfica do aclamado (terceiro lugar no Prêmio Jabuti de 2004) e debochado livro homônimo de Chico Buarque, que dispensa qualquer apresentação. Deixando de lado qualquer juízo de valor sobre a literatura e sobre o filme, dirigido por Walter Carvalho, comentarei alguns detalhes bobos com os quais me identifiquei. José Costa, brasileiro boêmio e escritor anônimo, desviado da rota de sua viagem — assim como Cabral, tal qual a historiografia oficial faz-nos crer — foi parar em outro lugar: Budapeste, capital húngara. Às margens do rio Danúbio, o escritor, que a essa altura do romance já é Kósta Zsoze (seu nome em húngaro), aprende o único idioma que o diabo respeita com uma interessante budapestina, Kriska. A árdua tarefa de aprendizagem do húngaro pela qual o protagonista passa, lembrou-me a minha dificuldade com a língua inglesa. Senti-me José Costa (!) por alguns instantes. Algumas situações engraçadas e até gafes cometidas por ele assemelharam-se às grandes bobagens que escrevo ou aventuro-me a falar no idioma britânico. Claro que ele tem como desculpa a imensa diferença entre o húngaro e o português, mas, para o meu próprio bem, não posso deixar de concordar com a sua lição: Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira.

Um comentário:

Santiago. disse...

É verdade Gabi. Com relação ao aprendizado de um idioma, nunca é fácil aprendê-lo. Mas vale a pena, tanto para fins mercadológicos, quanto intelectuais. Aprender coisas novas proporciona a atividade de partes inativas do cérebro. Então, o sacrifício de ouvir chacotas não é à toa.

Abraço.