quarta-feira, 26 de março de 2008

O Jogo da Amarelinha - Cap. 07

"Toco a sua boca,
com um dedo toco o contorno da sua boca,
vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão,
como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse,
e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar.
Faço nascer,
de cada vez, a boca que desejo,
a boca que a minha mão escolheu e desenha no seu rosto,
e que por um acaso que não procuro compreender coincide exatamente com a sua boca,
que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha em você.
Você me olha,
de perto me olha, cada vez mais de perto,
e então brincamos de cíclope,
olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores,
se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se,
e os cíclopes se olham,
respirando confundidos,
as bocas encontram-se e lutam debilmente,
mordendo-se com os lábios,
apoiando ligeiramente a língua nos dentes,
brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio.
Então,
as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo,
cariciar lentamente a profundidade do seu cabelo,
enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes,
de movimentos vivos, de fragância obscura.
E se nos mordemos, a dor é doce;
e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego,
essa instantânea morte é bela.
E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura,
e eu sinto você tremular contra mim,
como uma lua na água."

Júlio Cortázar

domingo, 23 de março de 2008

Evasão

Faz um tempo que eu sumi, inclusive dessas bandas daqui, mas a pedidos, ou não, voltei. O motivo de tanto "descaso" com esse blog não é, necessariamente, proposital. Na verdade, ando numa fase meio "adaptativa", pessoas, assuntos, lugares, livros, tudo novo. Conheci, dia desses, Gabriela Mistral durante uma divertida aula de espanhol. Bem, ainda não li o suficiente para dizer que conheço tal poeta (poeta mesmo, porque poetisa não é nada poético, clichê à parte), mas já fui incubida da tarefa de fazer a sua biografia (bem sintética). A professora pediu, ainda, uma auto-biografia, a seguir, então, lerás sobre as duas Gabrielas. Creio que a coincidência restringe-se ao nome, qualquer semelhança é mera imaginação.

A MISTRAL
Nasció en 7 de abril de 1889, en el Chile y fue la primera mujer latinoamericana a ganar el Premio Nobel de Literatura (1945). Su verdadero nombre es Lucila de María del Perpetuo Socorro Dodoy Alcayaga, pero utiliza el seudónimo Gabriela Mistral, en homenaje a sus poetas favoritos, Gabriele D'Annunzio y Frédéric Mistral, desde que recebió su primer premio. En sus poesías los temas principales hacen referencia al abandono de su padre y la muerte de su amante.

A BEZERRA
Nasció en la guapa mañana de domingo, en 6 de noviembre de 1988, en Recife, ciudad brasileña. Su infancia fue muy graciosa, ella suelava jugar sólo todas las tardes de profesora o presentadora en lo patio trasero de la casa de su abuela. Con el tiempo, ella passó a gustar de leer periódicos por influencia del su abuelo, que suelava leer todos, ciedo por la mañana. Ahora, Gabriela es una estudiante de periodismo muy satisfecha con su elección.

Não postarei nenhuma poesia de Gabriela Mistral, cabe a cada um o interesse ou a falta dele.