sexta-feira, 19 de março de 2010

Viagem qualquer

Estava no ônibus, atravessando a cidade para mais uma correria diária, e avistei uma criatura aparentemente simpática. Ela entrou no ônibus quando este passava por perto do Poço da Panela, um bairro charmoso, onde, volta e meia, eu vou dar um passeio. Esse fato tornou aquela pessoa ainda mais cativante, afinal, qualquer dia podíamos dar uma volta pelas ruas de pedras ou sentar na beira do rio, quiçá as duas coisas. Passei o caminho inteiro em alerta, observando os seus movimentos, percebendo seus detalhes. Com isso, ao ler um papel que a criatura carregava nas mãos, descobri seu nome poético. Olhando um pouco mais para suas mãos, notei que estava diante de alguém que toca violão ou algum instrumento de corda. Posteriormente, pude observar alguns gestos de gentileza realizados por ela que me encantaram bastante. Dessa vez, a viagem foi curta, as ruas pareciam, incrivelmente, descongestionadas, só para me contrariar. Ainda pensei em falar algo, cheguei a ensaiar uma desculpa para puxar papo, mas hesitei e sequer balbuciei um "oi". Assim, o destino da pessoa chegou. Sim, a viagem havia chegado ao fim. Sem que tivêssemos trocado qualquer palavra, a criatura levantou-se e foi embora.

3 comentários:

Andarilho disse...

GABI: Tudo que a antena captar meu coração captura.

Girabela disse...

Né.
E tu? Deixa de "poemizar" a vida, garoto. HAHA

Abraços,
Gabriela

Mai Melo disse...

amores platônicos de ônibus. acho lindo.