terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Quanta leseira

Marcando o início do Carnaval, ainda na quinta-feira (11), a tão esperada prévia anárquica do Quanta Ladeira encheu os jornais do dia seguinte com uma pá de comentários negativos. Todos discorrendo sobre o (suposto) fracasso da festa. A maioria apontava a ausência de Lenine como causa para o fiasco, como se o cara por si só representasse o bloco. Sem contar que esse argumento é, no mínimo, incoerente. Como ignorar a criatividade de toda aquela galera que estava no palco divertindo a multidão? Também houve muitas críticas referentes à falta de estrutura do evento. De fato, teve-se que levar a sério a famosa sátira à canção de Alceu, "Morena, tome cana, cerveja acabou!", isso para não adentrar na questão logística da coisa. Problemas à parte, impossível não se contaminar com a criatividade e a língua ferina daquela turma ridicularizando geral. Só sendo o que se convencionou chamar de "galerinha Carvalheira", aqueles miguxos que foram para a prévia pela fuzarca e pela briga por ingressos, mas sequer entendiam as paródias e, não raro, se horrorizavam com o conteúdo "impróprio" das letras. Mas eles não foram os únicos a reclamar da festa, até os assíduos falaram mal. Criticavam a quantidade de gente e a popularização (natural) do bloco, num coro estranho de "Ai que saudade do Quanta Ladeira", como se a popularização fosse, em si, algo negativo. Um sentimento típico do mundinho alternativo que tem tesão por gostar do que pouca gente conhece e não suporta ver seu objeto de desejo ser admirado pelo povão. Contudo, contrariando as especulações infundadas e num clima meio "Queiram ou não queiram os juízes...", domingo (14), no bloco, Lula Queiroga adiantou: ano que vem tem mais.

2 comentários:

Mai Melo disse...

eu tenho tesão pelo alternativo.

Santiago. disse...

É isso ai Gabi, concordo contigo em quase tudo. De fato, bebida que é bom, acabou cedo, fora as filas monumentais para conseguir comprar as fichas.

Da inspiração da galera, não tenho do que reclamar. Adorei a música que fizeram para a Geise.. haha

Sobre a popularização, você há de convir que grande parte do público que apareceu lá, não tinha ou tem a mínima identificação com o bloco. Encontrei pessoas, que nunca imaginei que iria ver. Mais putos para roubar nossos ingressos.

Bju!