segunda-feira, 25 de agosto de 2008

ZIZIZIZIZIZIZIZI

VEJA (27/08/08)


(Clique na entrevista para ampliar)

15 comentários:

Santiago. disse...

coitado do ziraldo, mas ele tem culpa n. O jogo lá é político, até pq n sei o q sarney faz lá, se o jogo n for político.

diz a ele q reze p algm morrer, e q qnd isso acontecer, ele ainda reze p estar vivo. depois de tudo isso, ele se candidata novamente, e vê se ganha. ;)

pensei q tu n ias postar mais nada pq já tinhas postado. ai nem te aperriei p postar o q pensei escrever. tu n qres q eu poste mais no teu blog n é? pode dizr... :P

Girabela disse...

Muito boa essa perspectiva que fizesse para Ziraldo, tadinho.

Oxe, claro que não, o blog é meu! Deixa de biruagem, rapaz, fique à vontade para postar sempre que quiser.

Mai Melo disse...

Embora ainda goze de prestígio, a Academia já perdeu sua aura. Ziraldo jamais se tornaria um escritor menor por não fazer parte dela. Quanto à indenização, acredito que 1 milhão de reais não apaga a luta pela ideolgia anti-ditadura de Ziraldo e seus colegas jornalistas. Eles sofreram as consequências da repressão como todos os outros e merecem, sim, um ressarcimento. No mais, O Pasquim, O Menino Maluquinho, Flicts já o fazem imortal. Ziraldo não precisa de uma cadeira na ABL.

Girabela disse...

EU sinceramente não faço idéia do que a ABL é hoje, até Ivo Pitangui tá por lá...

daniel disse...

"Um ressarcimento"?
Que vá lá, mas UM MILHÃO DE REAIS?
Faça-me o favor. Paguemos para todos que sofreram com a ditadura, então.
Baboseira. Isso somente reacende velhos fantasmas.
A liberdade é um direito, lutar por ela não deve ser negócio.

Perde, sim, minha consideração.
Mas O Menino Maluquinho é legal.

daniel disse...

E outra... ok, mérito não é dos principais critérios para a entrada.
Mas Ziraldo? Academia Brasileira de Letras?
Que antes entrasse Millôr Fernandes. E se entra Ziraldo, ah, abrem-se as porteiras e entram mais uma infinidade.

Mai Melo disse...

Não disse em momento algum que a quantia seria privilégio de Ziraldo, Jaguar e dos outros 18 jornalistas que foram beneficiados pela decisão da comissão de anistia. Gostaria, é claro, que se ampliasse aos demais. Entretanto isso não acontecer, não torna menos justa a reparação. Eles merecem, é fato. A cobrança deveria ser feita à comissão responsável, não às vítimas da perseguição militar. Quanto a entrada de Ziraldo abrir porteiras na Academia, eu ri, é sério. Paulo Coelho tá lá, isso é trágico. Então pensar que vem algo pior só pode ser cômico.

daniel disse...

Quando digo "ok, mérito não é dos principais critérios para a entrada", acreditei ter deixado bem claro a questão. Mas Ziraldo, ainda que muito talentoso e relevante, é, em essência, um cartunista, contador de histórias mais simples. Trato do caso dele, independente de já terem entrado quaisquer outros literários medíocres. Não acho que seu gênero encaixe em uma academia de letras.

"Eles merecem, é fato". Fato? Factóide! Extremamente discutível, poucas coisas são tão pouco absolutas e unânimes quanto essa decisão. Ok, vamos aos critérios!
-Saí com 32 hematomas dos porões.
-Sim, eu só tive quatro, mas uma concussão como a minha tem de valer, pelo menos, por uns 40 dos seus.
-Mas minhas quatro unhas arrancadas servem de desempate.
-E meu maxilar, nada?

-Passei 17 anos exilado!
-Sim, em Paris, meu filho! Voltei com quatro anos, mas três deles no Sudão, e aí, como fica?
-Vamos criar um índice, então... deixa eu ver, o IDH do país dividido pelo quadrado da porcentagem de analfabetos, somado à quantidade de sistemas políticos impostos militarmente.
-Fechado, mas 3 anos no Sudão ainda valem mais.
-Esqueceu Napoleão III?

Como se quantifica uma resistência?
Trazer uma homenagem ao âmbito financeiro só contribui para o questionamento de algo, que, de outra forma, seria inquestionável. Que se façam estátuas, distribuam prêmios, montem festas. Mas UM MILHÃO DE REAIS? A sociedade sofreu como um todo. Algo em que muito acredito foi dito pelos séculos, sem autor identificado: "A necessidade é o algoz da honra". Ziraldo não é nada de necessitado, muito pelo contrário, e deveria é ter tido a dignidade de agradecer o reconhecimento, mas negar a dinheirama, ou, ao menos doá-la integralmente àqueles que, independente do regime, são escurraçados pelo país, para mostrar, simbolicamente, o absurdo monetário que é esse agrado histórico.

E no próximo regime militar, lembrem-me de perder algumas unhas.

daniel disse...

escrevo para explicitar o já óbvio caráter apenas-humorístico da última frase.

Dio disse...

"A liberdade é um direito, lutar por ela não deve ser negócio."

Concordo. A escolha (acertada, na minha opinião) de resistir ao regime foi deles. E se há alguém a quem o governo deve, é, sim, ao país. Não fulano, cicrano ou ziraldo, mas ao país. Isso paga-se com liberdade, com democracia, com direitos, com administração responsável. E o mais engraçado nisso tudo é que quem parece utópico nessa história é quem defende esse lado, o justo.

"Ziraldo jamais se tornaria um escritor menor por não fazer parte dela."

Aqui já concordo com Mai. E acredito que Daniel concorda também, nesse sentido. De fato, Ziraldo não é pior que Jô Soares, Paulo Coelho ou Raul Pompéia (Deus me livre e guarde) por não estar na ABL, mas a questão aqui - que Daniel trouxe - não é de mérito, de qualidade, mas de adequação. Acredito que ele quis dizer que Ziraldo não faz o perfil das Letras, mas sim das Imagens, pois o texto é um recurso e não a pedra angular de suas produções (quadrinhos e charges). E não dá pra comparar balões de fala com extensas (ou nem tanto) prosas e poesias.

Abraços,
Diogo.

Mai Melo disse...

Pois bem, vá lá... Tratar dos conflitos infantis, do sentimento de não encaixe na sociedade e da relação familiar não é complexo o suficiente. Tem que escrever sobre política, estética, magia. Além disso, é claro, tem que ser composto apenas de palavras, ainda que com erros de português (viva Marcos Bagno!), nada de desenhos.


Gente, do jeito que vocês falam parece que quando decidiu ir contra o regime, Ziraldo já previa o milhão. Eu concordo totalmente que o país como todo merece a atenção do governo. Mas, existindo um órgão especial para julgar as questões do período militar, não condeno quem quer que seja que lute por achar que foi prejudicado pela ditadura. Muito menos quem foi atendido por esse órgão.

A diferença aqui é que eu tenho tratado da indenização, não da quantia. Ele foi perseguido, preso, torturado. Tem o direito de reclamar por isso, como todos os outros (não menos ilustres por não famosos). O valor pago foi uma decisão da Comissão, que o julgou justo. Ziraldo ainda não recebeu o dinheiro, não se pode saber o que ele pretende com ele. Talvez faça alguma doação, talvez compre um apartamento, talvez aplique no mercado financeiro. Que importa? Se a questão é uma contribuição para a sociedade, talvez uma estátua realmente torne mais bonita uma praça. Mas a gente ainda pode torcer pra que Ziraldo faça uma bem vistosa e tão histórica quanto o tal agrado.



ps.: Ziraldo escreveu peças de teatro e roteiros de cinema.

Girabela disse...

A questão da ABL perdeu o foco para o tal 1 milhão, hein?
Já que acharam essa abordagem mais interessante, vamos lá:

1)Não creio que o mérito de quem quer que seja que lutou contra a ditadura seja definido por algumas unhas ou puxões de orelhas. Eu penso que não "devemos" a eles, necessariamente, pelo o que eles sofreram, fisicamente falando, a dívida tem um caráter muito maior, afinal estamos falando da liberdade de um país, lembram-se. Não quero parecer a coitadinha que viveu na ditadura, porque, de fato, não vivi, mas acredito que para ir contra ela era preciso muita coragem e, sendo assim, merece muito respeito.
2) Continuando... O fato de ser Ziraldo ou Zé do Prego, 1 milhão ou 5 reais, não entra em questão, foi decidido assim e eu, sinceramente, não me sinto à vontade para julgar se essa quantia é exagerada ou não, tendo em vista o que foi a ditadura no Brasil.

Dio disse...

Acredito que o que se tem que ter em vista, no caso do julgamento da quantia, não é o que foi a ditadura, pois não há como medir isso. Mas sim o que é a lei. Por isso, por não conhecê-la tanto, a partir daqui, abstenho-me dessa discussão. Deixo, somente, duas informações extras:

1) Ziraldo ainda receberá, além do milhão, uma pensão mensal de 4 mil reais (que, na minha opinião, é uma bela de uma pilantragem - não dele, que fique claro)
2) Ziraldo, sobre a pensão: "Aos que estão criticando, falando em bolsa-ditadura, estou me lixando. Esses críticos não tiveram a coragem de botar o dedo na ferida, enquanto eu não deixei de fazer minhas charges. Enquanto nós criticávamos o governo militar, eles tomavam cafezinho com Golbery"
Se não mal interpretei, ele acha que tem o direito de receber a pensão não pelos danos que sofreu, mas tão-somente por sua iniciativa de lutar por um direito.

Se é assim, pra mim Ziraldo é um ditador assim como Médici, não entende nada de democracia, de liberdade, de direitos.

Sobre a ABL, é fato que o conjunto da obra é que é o considerável para se incluir um autor numa academia de letras. Mas se usar de uma parca produção literária pela qual o autor não é reconhecido para justificar seu mérito em ser membro da instituição não é justo. Pelo menos é o que eu acho.

Abraços,
Diogo.

Mai Melo disse...

"Aos que estão criticando, falando em bolsa-ditadura, estou me lixando. Esses críticos não tiveram a coragem de botar o dedo na ferida, enquanto eu não deixei de fazer minhas charges. Enquanto nós criticávamos o governo militar, eles tomavam cafezinho com Golbery"

Eu não havia sentido tal idéia nessa frase, Dio. Não via essa restrição aos danos. Enxergava apenas um deboche no sentido de que é paradoxal criticá-lo quando esses críticos nunca haviam partilhado dos mesmos ideais. Todavia, minha interpretação não torna a sua impertinente.


Já em relação à parca produção, quero deixar claro que não é por ela que Ziraldo poderia ocupar uma daquelas cadeiras. Tanto que foi só uma observação. Minha opinião acerca de seu mérito foi deixada no primeiro ponto abordado no último comentário. Creio que a literatura que o fez renomado é por si só suficiente para seu ingresso na Academia.

Unknown disse...

que barraco.
:X