sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Salve Ferris!

Nesta minha reestréia no blog da Gabi, ocorreu-me a idéia de rememorar um dos filmes que marcou minha infância e adolescência (tempo de sofá, pipoca e refrigerante à tarde). O filme que vou tratar aqui, não é nenhum Hitchcock, Bergman, Fellini, Antonioni, Buñuel, Coppola, Ridley Scott, Lynch, Scorsese, Oliver Stone, Woody Allen, Almodóvar ou outros que os equivalham. Mas é um filme de Sessão da Tarde ou Intercine. Sempre lembro dele na época "de eu menino", mas na verdade eu nem era nascido quando ele foi produzido. Mas vamos deixar de enrolação que eu vou explicar porque “Curtindo a vida adoidado - 1986” merece uma lembrança de filme que marcou uma geração.

Nesta minha reestréia no blog da Gabi, ocorreu-me a idéia de rememorar um dos filmes que Ferris Bueller (Matthew Broderick) é aquilo que todo adolescente espera ser: ele é esperto, popular e de quebra tem uma namorada bem bonita. Sua namorada, a jovem Sloane Peterson (Mia Sara) é aquela namorada/amiga que todos os caras gostariam de ter. Ela é comparsa para qualquer aventura, além de possuir uma beleza invejada por todas as outras garotas. Formando o trio, temos Cameron Frye (Alan Ruck), amigo do peito de Ferris, seu personagem mostra o outro lado dos jovens. Ele vive em conflito com os pais e com um futuro incerto (esse aspecto é desenvolvido no filme de maneira bem sucinta, nada de análises sofisticadas da personalidade humana a la Shakespeare). Mesmo assim é ou não é uma trama com personagens que encontramos em qualquer rodinha de ensino fundamental/médio? Motivo número um para estar aqui. Mas não acaba aqui não...

(Na foto da esquerda para a direita: Cameron Frye, Sloane Peterson e Ferris Bueller)

Na trama Matthew Broderick fala diretamente para a câmera, o mesmo recurso já utilizado por Woody Allen em “Noivo neurótico, noiva nervosa - 1977”. A partir disso, Ferris se mostra um filósofo do senso-comum. Quem se esquece dos seus manuais de auto-ajuda que falam sobre o carpe diem e posições políticas? Sensacional, não é? Relembre algumas cenas, nas quais Ferris expõe sua ode à diversão e ao hedonismo.
"Tinha razão. Ele era o máximo". Muito bom...
Veja a continuação!



É ou não é o que todo jovem quer ouvir? Esse é o segundo motivo pelo qual ele está aqui elencado.
Mas afinal, quem é Bueller? Ferris Bueller é um adolescente que decide matar aula para aproveitar o dia. Após fingir-se de doente para os pais, Ferris parte para um dia na cidade ao lado da namorada Sloane e do amigo depressivo Cameron. Nessa saída, eles visitam vários lugares e se divertem. Tudo isso enquanto é perseguido pelo incansável diretor da escola - Ed Rooney (Jeffrey Jones) -, que está disposto a provar que Bueller está enganando a todos. E contra ele também está sua irmã, ressentida pelo fato dele sempre conseguir se livrar dos problemas.
Em “Curtindo a vida adoidado - 1986”, o diretor John Hughes (o mesmo de “Clube dos Cinco” – que vez por outra também aparece na sessão da tarde e que também pretendo falar sobre em um outro momento), mostra a vontade dos adolescentes de saírem da vida normal, a vontade de fazer algo de extraordinário. Afinal de contas, por que perder um dia lindo de sol para ficar trancado em uma escola, tendo aulas de macroeconomia (ou no meu caso Antropologia Ecológica ou Sociologia Marxista)? Está chegando o ponto alto do filme, a cena inesquecível, e este é o terceiro motivo pelo qual o filme merece estar mencionado aqui. Quem vai me dizer que nunca teve vontade de cantar "Twist and Shout" na rua tal como Ferris nessa cena? Veja o vídeo para relembrar uma das cenas presentes no inconsciente de qualquer jovem hoje, e que foi criança ou adolescente nos anos 90.



Em minha opinião, o decorrer do filme é um pouco confuso, em questão de continuidade ele não é um dos melhores. As coisas acontecem sem, no entanto, haver um caminho lógico na narração da trama. As cenas e coisas apenas acontecem e pronto. Nós apenas vemos a ação final das cenas, mas não como os atores chegaram àquilo. Sem falar que o diretor faz de um assunto quase banal, o tema central do filme. Mas mesmo assim, bem que eu gostaria de aprender como foi que Bueller mudou o seu número de faltas no sistema do Colégio onde estudava. Preciso saber para poder faltar mais aulas da faculdade. Deixando de gracinha, o filme também é um expoente daquilo que se convencionou chamar de “New Wave”. O “New Wave”, em termos gerais, comumente é utilizado para descrever diversos movimentos na arte do fim dos anos 70 e anos 80. O “Curtindo a vida adoidado” além de usar músicas de artistas inseridos nessa nova realidade do rock and roll, tal com The Smiths com a música "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want" (música que pode ser ouvida na cena do museu (cena retratada na primeira imagem do texto)). Além dos Smiths, no quarto do Ferris, também pode ser visto um cartaz da banda Simple Minds ícone do período, e que teve uma música sua como trilha principal de um outro filme do diretor John Hughes.
Depois disso tudo, acho que é desnecessário dizer algo mais. O filme realmente merece ser lembrado. Motivos: 1. Tema que remete a qualquer roda de colegiais. 2. Pela ode à diversão e ao hedonismo. 3. Por mostrar a vontade dos adolescentes em fazer algo de extraordinário. 4. Retrata um período da mudança comportamental do Rock’n’Roll e das artes.

20 comentários:

Dio disse...

Filminho.

Abraços,
Diogo.

Santiago. disse...

cm?

Dio disse...

É muito ruim esse filme, Rodrigo. Mas, mesmo assim, gostei muito da postagem. Ficou bem feita, bem humorada, bem pesquisada, bem animada. =)
Mas Clube dos Cinco eu sempre quis ver muito. Nunca soube que já passou na Sessão da Tarde. =/

Abraços,
Diogo.

Unknown disse...

adoro o twist and shout.
agora termino o filme apavorada com aquele carro caindo ribanceira abaixo.
aaaaaaave mariaaaaaaaaa!!

Girabela disse...

Coincidência! Eu estou há tempos louca para rever esse filme.

Discordo de Diogo quando diz que se trata de um "filminho", pode não ser um clássico, ou como diria Rodrigo, um "Hitchcock, Bergman, Fellini, Antonioni, Buñuel, Coppola, Ridley Scott, Lynch, Scorsese, Oliver Stone, Woody Allen, Almodóvar"; é, no entanto, um grande filme, que remete a coisas legais e deixa-me bem "instigada" ao Carpe Diem. Adoro!

Quando ele for passar na Sessão da Tarde, avisem-me, para que eu falte aula para assisti-lo! \o/

Dio disse...

Filminho foi brinks. fikdik :)

Abraços,
Diogo.

Girabela disse...

O "É muito ruim esse filme" também foi "brinks", Zequinha?

Dio disse...

Esse não. Aí eu acho mesmo. Mas não acho filminho não. Não mesmo. :)

Abraços,
Diogo.

Girabela disse...

Rúúúm.

Santiago. disse...

tá vendo diogo.. una :P.. haha

é cm ressalvei, ele n é a melhor obra da sétima arte.. com certeza.. e ningm está dizndo o contrário.. enfatizo isso tanto no início do texto qnd o comparo a outros diretores, qnt no fim, qnd falo das seqüências lógicas, em q ele deixa muito a desejar.
porém, acredito q isso n tire o mérito dele ser significativo p uma geração.. n preciso nem continuar, é só ler os comentários das outras pessoas (gabi)..

enfim.. bem q eu qria aprender a mudar as faltas, andar com uma ferrari pela cidade (lembrando q aqla n era uma original) e tb cantar "twist and shout" (q por sinal Paul McCartney n gostou nadinha da música no filme) na conde da boa vista.. uahauhah.. essa parte é brincadeira, pelo menos no q se refere à Cde. da Boa Vista.

no mais.. aguardem a saga dos filmes da nossa infância e das coisas dos anos 80.. passaremos a viver um momento retrô nas minhas postagens.. :)

Unknown disse...

'curtindo a vida adoidado' não é um clássico, clássico... é um típico filme de sessão da tarde. mas é um daqueles filmes bobos que você assiste por 2, 3, 4 ou 5 vezes, e não cansa. e ainda se diverte. em seus 109 minutos de duração, faz você botar pra fora 'aquilo de adolescente doidão' que todo mundo tem dentro de si. traz lembranças de tudo de louco que você fez ou a prudência não o deixou fazer. sensacional. salve, ferris!

Mai Melo disse...

na verdade, é um típico filme da nossa sessão da tarde. agora eles estão na sessão zoológico. sempre que vejo a chamada é um filme sobre cachorro, macaco, elefante, papagaio...
enfim, adorei o post. mesmo. senti uma nostalgia gostosa lendo. e gosto do filme também, embora não seja daqueles que entrem na lista dos filmes que você precisa ver.
além disso, eu tenho um amigo que parece muito com o Matthew. até hoje twist and shout me remete a ele. e a associação da música ao menino não acontece senão por conta da associação dela ao filme. obviamente, "uma das cenas presentes no inconsciente de qualquer jovem hoje, e que foi criança ou adolescente nos anos 90."

Peterson Uchoa Mayrinck disse...

se brincar, esse filme deve aparecer num daqueles "almanaque anos 80/90".
Realmente, esse filme me marcou. Acho que a primeira vez que ouvi Beatles foi através dele (e só vim perceber isso depois de velho). Meio bizarro isso, não?

Esse filme marcou minha infância/adolescência. E acho, agora, que me identifico mais com Cameron que com Ferris... :(

Santiago. disse...

engraçado, só diogo n gosta desse filme. usando um jargão, "é público e notório" q o filme n é um clássico no sentido de uma das melhores produções cinematográficas. mas, cm todos enfatizam, é um filme q remete a algumas coisas boas, e nesse sentido cada um tem sua cena predileta e tal.
eu tb pretendo escrever sobre outros filmes q vão nessa msma linha.. tempo q n tinhamos muitos compromisso.

abraços.

Girabela disse...

Não critique Diogo, seu Rodrigo.

Santiago. disse...

não estou criticando, sua Gabriela!

Dio disse...

Rodrigo. Sete pessoas postaram aqui. O mundo tem mais de 2 bilhões. Acredite, não sou o único que não gosta. Sério. hauseha

Abraços,
Diogo.

Dio disse...

6 bilhões*

Girabela disse...

Ui, Rodrigo, ele vai te pegar lá fora.

Santiago. disse...

isso é verdade, mas tb é verdade q há mais pessoas q gostam, do q n gostam. pelo menos as q eu conheço. nesse grupo tb tem os q n conhecem o filme. parece assustador, mas existem estes tb. é cm se vc nunca tivesse visto E.T., o Extra-terrestre, De Volta para o Futuro, ou sei lá, Mudança de Hábito.

enfim.. é um direito seu n gostar. no entanto, vc vai sofrer, cm sofrem todas as minorias. hahaha