domingo, 17 de agosto de 2008

Jornal velho de ontem

Ontem, lendo o Jornal do Commercio, espantei-me com trecho da reportagem de capa do Caderno C (Nem mais tão sério assim), que versava sobre o vocalista de Cordel do Fogo Encantado, Lirinha. O trecho chamou a minha atenção por criticar de forma explícita a revista Veja, mas não gratuitamente, porque fui atrás da tal revista e, ao ler a reportagem (O Antônio Conselheiro dos modernos), tive náuseas com tamanha distorção e piadas infames. Abaixo seguem as reportagem da Veja e do JC, respectivamente. Tirem suas próprias conclusões.

VEJA (06/08/08)

O Antônio Conselheiro
dos modernos
(NA ÍNTEGRA)

Quem é Lirinha, o cantor pernambucano que, com letras
difíceis, se tornou um profeta para os universitários

Julia Moraes

CABEÇA DO CORDEL

Lirinha, com sua barba de beato: "espíritos com ele no palco"

José Paes de Lira, ou Lirinha, é o Antônio Conselheiro dos modernos. Assim como o beato da Guerra de Canudos (1896-1897) arregimentou uma horda de jagunços e despossuídos profetizando que um dia jorrariam leite e mel no sertão nordestino, o cantor e compositor pernambucano seduz a garotada universitária e antenados em geral com promessas de transcendência. Nos shows de sua banda, o Cordel do Fogo Encantado, fãs (sóbrios?) o abordam com as conversas mais malucas. "Já teve gente que jurou ter visto energia emanar de meu corpo. Ou, ainda, espíritos dançando comigo no palco", diz ele. Surgido há nove anos na cidade de Arcoverde, no semi-árido de Pernambuco, o Cordel mescla ritmos nordestinos como o maracatu com guitarras. Mas o que mais chama atenção é a teatralidade de seu vocalista: com os olhos revirados, como em transe, ele declama letras que define como "proféticas" e "apocalípticas". Somadas, as vendas dos três álbuns do Cordel totalizam 80 000 unidades, algo notável para uma banda independente que não toca nas rádios. Graças ao boca-a-boca e à internet, tornou-se popular nos circuitos universitários do Sul e do Sudeste. As novas empreitadas do rapaz reforçam a aura de iluminado. Lirinha cultivou uma barba como a de Conselheiro para protagonizar sua primeira peça, Mercadorias e Futuro (que escreveu e co-dirige ao lado da mulher, a atriz Leandra Leal). No monólogo dramático, ele é um vendedor que faz propaganda de um livro sobre (surpresa!) profecias. Mas a viagem declarada do autor (surpresa de novo!) é questionar as relações entre arte e comércio. Agora, ao mesmo tempo que a peça entra em cartaz em São Paulo, Lirinha estréia na literatura – com o tal livro de que fala o espetáculo.

Divulgação
SERTÃO NA TV A série Hoje É Dia de Maria: o arcaico e o moderno

Lirinha é discípulo de uma vertente que há tempos está presente na cultura nacional: aquela que faz a celebração de um "sertão mítico", por meio de uma estética que "mistura o moderno e o arcaico". Reza por essa cartilha a literatura do paraibano Ariano Suassuna, com seu estilo rebuscado e suas referências ao universo armorial. A tendência está na TV, nas produções dos diretores Guel Arraes e Luiz Fernando Carvalho. O primeiro comandou a série O Auto da Compadecida, baseada no livro de Suassuna. Carvalho esteve por trás de Hoje É Dia de Maria e A Pedra do Reino (também adaptada da obra do escritor). Passa, ainda, pelo cinema de um Glauber Rocha nos anos 60, em filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol. Lirinha bebe também de outra influência: o teatro do diretor José Celso Martinez Corrêa, aquele que transformou a Guerra de Canudos em pretexto para saturnálias em suas montagens baseadas em Os Sertões, de Euclides da Cunha. A ligação do cantor com ele é direta. Lirinha fez a trilha sonora de uma das partes de Os Sertões e, no ano passado, interpretou o secretário do profeta vivido pelo dramaturgo no longa-metragem Árido Movie, filmado em sua Arcoverde natal.

AE
CINEMA VELHO Glauber Rocha: Nordeste "mítico" e vanguardices


Nas letras do Cordel, Lirinha é messiânico. "Os soldados de Sebastião mostrarão o caminho", brada. Nos shows, recita poemas extralongos entre uma música e outra. A nova empreitada literária e teatral representa um passo além em matéria de pretensão. Com 31 anos, ele cria uma peça calcada no próprio passado. O protagonista se chama Lirovsky. "Ele é um pedaço de mim", afirma. A ação se passa num local chamado Interlândia. "É meu eu interior", explica. Falar em "ação", a bem da verdade, é fora de lugar. Não há enredo propriamente – apenas falas fragmentárias costuradas por sons e luzes que ele mesmo dispara, por meio de um sistema intricado de pedais e alavancas. Quanto ao livro Mercadorias e Futuro (Ateliê Editorial; 95 páginas; 25 reais), vejamos uma frase: "Cada câmbio age sobre a própria forma espaço-tempo se expandindo e se contraindo através de um cosmo finito mas sem limites". Entendeu, Ariano? Entendeu, José Celso?

Tuca Vieira/Folha Imagem
SATURNÁLIAS O dramaturgo Zé Celso: o profeta que conduziu Lirinha

A família de Lirinha é de classe média. A mãe é professora e o pai, fiscal da Receita Estadual de Pernambuco. Ele estudou em colégios católicos particulares e chegou a cursar a faculdade de letras de Arcoverde. Largou o curso para virar cantor. Aos 12 anos, declamou pela primeira vez em rodas de violeiros. Aos 16, estreou como ator numa peça infantil, O Gato que Virou Gente. "Eu era o gato", lembra. O Cordel do Fogo Encantado foi, na origem, um espetáculo de poesia e música. A descoberta por um empresário ligado ao movimento pop recifense do mangue beat, em 1999, mudou os rumos do grupo. Lirinha tinha acabado de cair nas graças do público universitário quando conheceu Leandra Leal. Os dois estão juntos desde 2002 – e ela tem funcionado como guia em sua carreira. Ajudou-o, por exemplo, a dar alguma coerência aos textos soltos de sua peça. "Eram perguntas básicas que eu lançava a ele: quem é esse personagem? O que você está querendo mesmo dizer?", explica a atriz. Continue, Leandra. Ainda falta um tanto.

*Reportagem sem assinatura.
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JC (16/08/08)

Nem mais tão a sério assim
(TRECHO)
Publicado em 16.08.2008

Lirinha, da Cordel do Fogo Encantado, lança dois livros na Bienal de São Paulo e repensa papel diante do público

Schneider Carpeggiani

carpeggiani@gmail.com

[...] “Essa coisa de profeta rendeu uma matéria desastrosa na revista Veja semana passada”, aponta [Lirinha]. O cantor foi mais um alvo da já previsível metralhadora de ironias da publicação – “O repórter chegou aqui com a pauta pronta, ‘que era o profeta dos modernos’ e fez perguntas do tipo ‘como é comandar o público com letras que ninguém entende?’. O que ele não percebeu é que o cordel utiliza a profecia como discurso poético, como tradição literária. Aquele texto do primeiro disco era discurso poético”.

A reportagem da revista comparava Lirinha a Antonio Conselheiro (pela matemática da revista, barba + Sertão = Canudos), com trechos do tipo: “Assim como o beato da Guerra de Canudos (1896-1897) arregimentou uma horda de jagunços e despossuídos profetizando que um dia jorrariam leite e mel no Sertão nordestino, o cantor e compositor pernambucano seduz a garotada universitária e antenados em geral com promessas de transcendência”.

A matemática da Veja somou errado a maneira como o cantor lida com as expectativas geradas por sua banda. Mercadorias e futuro (também adaptado para o teatro, marcando a estréia de Lirinha como ator) problematiza e (até) debocha do ideal de artista como profeta, do artista como negociante de algo que nem ele muitas vezes sabe o que é. [...]

17 comentários:

Dio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dio disse...

Dio. (11) diz:
Aff, que coisa deplorável.
Dio. (11) diz:
A Veja transforma qualquer texto jornalístico em texto de opinião. Quer dizer, pior, em texto super-pessoal. Uma coisa ridícula.
ga diz:
TERRÍVEL
Dio. (11) diz:
O pior é que eles são extremamente imparciais na hora de ressaltar o que seriam os "prós" da banda e dele mesmo.
Dio. (11) diz:
Esses prós intercalam as cenas de deboche.
Dio. (11) diz:
A Veja parece um bando de frustrados.
Dio. (11) diz:
Nos shows de sua banda, o Cordel do Fogo Encantado, fãs o abordam com as conversas mais malucas. "Já teve gente que jurou ter visto energia emanar de meu corpo. Ou, ainda, espíritos dançando comigo no palco", diz ele. <--- isso é engraçado


Nos shows de sua banda, o Cordel do Fogo Encantado, fãs (sóbrios?) o abordam com as conversas mais malucas. "Já teve gente que jurou ter visto energia emanar de meu corpo. Ou, ainda, espíritos dançando comigo no palco", diz ele. <---- isso não

/\
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No msn.


Lendo, agora, o trecho da matéria do JC, com a declaração do próprio Lirinha, fica mais clara ainda a babaquice da Veja. Sério, eles poderiam brincar, e têm potencial pra isso, mas não, eles querem mais. Querem debochar, humilhar. Enfim, não tem nem mais graça comentar a Veja. =P

Abraços,
Diogo.

Anônimo disse...

Mais tem uma coisa que é foda mesmo, sabe o que é?
- Quando a porra do jornalista vai com uma pauta prontíssima na cabeça, de algo que merece muito cuidado (misturar literatura, história, e cultura), e quer porque quer adequar tudo a essa sua pauta (que a considera intransmutável).
.
Aí já viu né: equívocos surgem de forma um pouco grosseira.
.
Davi

Dio disse...

Equívocos é um belo eufemismo, Davi. ahsiahseuseh

Abraços,
Diogo.

Anônimo disse...

Ai, a matemática da Veja...
sempre ela!

Nah

daniel disse...

Rapaz, depende de sua expectativa quando abre uma Veja. Entre outras, tenho dessas. E adorei ler isso, ri muito, essa reportagem não foi feita para ser exemplo de jornalismo, mas sim para debochar sobre alguém. O problema é esse, tenho um conceito mais amplo do que acho admissível de ser publicado numa revista dessa. Qual o molde? Há uma só teoria da comunicação pra ser seguida? Nos incomodaríamos em ver os mesmos moldes defendendo pontos com os quais concordamos? Imaginem vocês, meus amigos, vendo uma reportagem dessas falando de, digamos, Diogo Mainardi, nesse tom? No mínimo, diriam um 'bem feito'.

"A Veja parece um bando de frustrados". Discordo completamente. Ter poder na mão para atingir um país inteiro com suas próprias idéias, sejam elas debochadas ou bem embasadas, não me parece motivo de frustração.

Vejamos, então. Gostaria de ouvir qual o molde de jornalismo a ser proposto. Existe um jornalismo ideal? Se não, quais os limites? Qual teórico os propõe? Ele vale a pena de ser levado a sério? Ou são os limites pessoais de tolerância em ler o que não gosta?

E completando... há o Nelson, personagem dos Simpsons que adora ver a desgraça alheia, e, quando o faz, aponta o dedo para a vítima e solta um "HáHã!" debochado. Fiz algo do tipo lendo essa matéria. Detesto o sujeito.
Se fizessem o mesmo com Thom Yorke, digamos, talvez eu me juntasse ao coro.

Só digo que tomem cuidado em não misturar os seus 'limites ideais de jornalismo' com seus próprios limites de tolerar uma opinião contrária amplamente divulgada.

daniel disse...

E algo mais... acho tão dignas de nota uma reportagem debochada assim quanto críticas do tipo "é deplorável", "é foda", "são uns frustrados". Vai na mesma linha do "só sabe fazer filho com paralisia cerebral" do grande Mino Carta.

Girabela disse...

"Nos incomodaríamos em ver os mesmos moldes defendendo pontos com os quais concordamos?"

Eu me incomodaria sim, porque antes de concordar ou discordar com uma crítica, procuro ver se ela é ética e esse é o modelo de jornalismo que deve ser seguido, o jornalismo ético. Não importa se é Chico Buarque, The Beatles ou chiquita bacana, o que importa é se o jornalista teve ética ao escrever. Tanto faz se é esquerda ou direita (quer vocês achem que esse conceito existe ou não), a função do jornalista, na minha opinião, é ser ético, não falo de imparcialidade, falo de ética. Ressalto que não postei as reportagens por concordar ou discordar que Cordel ou Lirinha são exemplos musicais, não me coloquei na posição de fã, tentei ter uma análise de futura jornalista ética, postei por achar que não é direito do jornalista, enquanto jornalista, achincalhar e menosprezar ninguém.

daniel disse...

Não é direito do jornalista achincalhar ninguém? Isso está escrito onde? Mesmo que esteja escrito por um teórico qualquer, acho complicadíssimo falar de ética, nesse caso. O que é ético? Todos os pontos de vista não cabem em uma publicação. E, acredite, sempre há um ponto de vista a ser defendido. Então o ético é fazê-lo de maneira sutil?
O jornalismo, em sua forma de publicação, obedece, invariavelmente, aos interesses daqueles que pagam o papel, a tinta, a impressão. Os 'interesses' e 'opiniões' da revista Veja são bem delineados; por que não fazê-lo? Que código ético é esse que impede uma publicação que acha banda x ruim dizer com todas as palavras: "ela é ruim"? Deveria ela dizer, ao invés disso: "dentre os profissionais da redação, incluindo os patrocinadores, editores e administradores, prevalece uma maioria que crê, com certa veemência, que a banda x produz música de mau gosto, mas isso, de forma alguma, desvaloriza a opinião daqueles que discordam"?
Ou, indo além, qual a graça de um jornalismo meramente narrativo? Aquele que, quando o presidente aumenta o salário mínimo, escreve "O presidente aumentou o salário mínimo". Sou enfáticamente descrente do papel da mídia enquanto tão-somente informamne. Acredito, sim, em sua função de formar opiniões. E, novamente, essas opiniões serão coerentes com as que interessarem a quem tem o CAPITAL. Money. Bufunfa. GRANA! Que poder infinito tem a informação! Por que não utilizá-la? Certamente, deve haver responsabilidade em fazê-lo, profissionais capacitados para exercer tal função. E, agora, opinião pessoal - o resto também foi, mas, agora, especialmente - que graça tem um jornal dito 100% imparcial? - digo dito por não haver tal coisa. Deve, sim, é haver uma pluralidade de publicações, e que cada um recorra àquela com que se identifica para se informar.
Ufa. Acho que ficou confuso.

Mas concluindo. Ok, que você se importasse, mesmo que o achincalhado fosse alguém que você considera digno de sê-lo. Mas duvido que a matéria a faria comentá-la aqui com tais adjetivos, se não fosse alguém de sua admiração.

daniel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriela Alcântara disse...

(pela matemática da revista, barba + Sertão = Canudos),
é VEJA, só pode dar em porcaria. Aliás, nem tanto, porque me rende boas risadas.

Dio disse...

Daniel, acredito que é muita irresponsabilidade sua pensar dessa maneira o jornalismo brasileiro.

Em primeiro lugar, não precisa nenhum teórico escrever que "não é direito do jornalista achincalhar ninguém". Perdão, mas quem já escreveu isso foi você. Você que, vivendo num país democrático, votou os políticos que aprovaram o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (http://www.sjsp.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=14&Itemid=30) a qual TODOS os jornalistas devem respeitar. Obviamente que aqui não cabe a aplicação do código, afinal, o jornalista desrespeitou o cantor de forma sutil, sim.

Por mais que ele mereça os adjetivos (e merece, na minha opinião, pois é um maluco mesmo), é, no mínimo, reprovável pensar que um jornalista, ou melhor, em suas palavras, um "formador de opinião" tenha o direito de sugerir isso a todo um Brasil que acredita na Veja, não por entender a opinião dela, analisar e só aí acatar, mas pelo simples fato de não possuir um filtro que a atente para um texto-deboche com nenhum objetivo a não ser o deboche. Criticar a Veja com "bando de frustrados" não é das melhores coisas. Mas acredito acertado o comentário que a classifica como "produtora de textos super-pessoais". A Veja tem uma postura ditatorial num país democrático. A função do jornalismo é formar cidadãos críticos. A revista, há muito tempo, não embasa suas matérias em nada mais que suas dores, não forma críticos, não está nem aí para cidadania. E tudo isso não foi escrito por teóricos, foi escolhido por supostos cidadãos, supostamente, críticos. E por mais que você possa achar que se "supostos" formaram os conceitos de ética, então a ética é também "suposta", é desconsiderável, não é assim que funciona. A Veja não rema conforme a maré, ela só a ajuda a continuar nesse ritmo.

Se o jornalismo brasileiro formasse cidadãos críticos, que soubessem formular conceitos de ética e votar esses conceitos da melhor forma possível, nada disso seria suposto, muito pouco seria pessoal. E o maluco do Lirinha estava em paz, e a coitada da Leandra Leal também, assim como o palhaço do jornalista que não assinou essa matéria.

Abraços,
Diogo.

Dio disse...

"Ter poder na mão para atingir um país inteiro com suas próprias idéias, sejam elas debochadas ou bem embasadas, não me parece motivo de frustração."

Sobre isso, Daniel, cai em credibilidade. A Veja construiu sua credibilidade através de bom jornalismo e publicidade. Construiu. No passado. Hoje, a coisa é diferente. Completamente diferente.

Abraços,
Diogo.

Dio disse...

Só mais dois pontos, juro!

"O problema é esse, tenho um conceito mais amplo do que acho admissível de ser publicado numa revista dessa."

Revista "dessa"? Que revista é essa então? E se eles se propõem a serem jornalistas, se eles assinam "da reportagem", se eles têm um editorial, então por que diabos fariam uma matéria que não serviria de exemplo de jornalismo? Qual o sentido nisso?

"Só digo que tomem cuidado em não misturar os seus 'limites ideais de jornalismo' com seus próprios limites de tolerar uma opinião contrária amplamente divulgada."

Concordo, e daí puxo que faz sentido a crítica à Veja (já que não se pode criticar o jornalista fantasma que escreveu isso). Obviamente que, se a reportagem fosse de desclassificar o (meu) querido Mainardi (não tão querido assim de Gabi), o esforço despendido para comentá-la seria menor. Assim como eu talvez, num blog, brincasse com a reportagem de deboche a Lirinha (da qual ri muito também). Mas daí a dizer que não merece a crítica, é demais.

Abraços,
Diogo.

Mai Melo disse...

Distorcer informações é ético? Ah, por favor! Que molde é esse? Há variadas maneiras de dissertar sobre algo, nenhuma delas, entretanto, deve passar pelo imoral. A questão aqui é: até que ponto se pode manipular os fatos em prol de interesses de vendagem?

Girabela disse...

“Não é direito do jornalista achincalhar ninguém? Isso está escrito onde? Mesmo que esteja escrito por um teórico qualquer, acho complicadíssimo falar de ética, nesse caso. O que é ético?”

Falando assim você, posteriormente, não poderá reclamar de juizes corruptos que aproveitam as “brechas” da lei para extorquir o dinheiro público, pois eles argumentam exatamente isso “Onde está escrito?”


“E, agora, opinião pessoal - o resto também foi, mas, agora, especialmente - que graça tem um jornal dito 100% imparcial?”

Conforme eu disse no comentário anterior, eu não estou falando de imparcialidade, até porque numa postagem anterior [Vamos discutir imparcialidade! – 09/08/2008] deixei clara a minha posição sobre o assunto. A discussão aqui é outra.


“Mas concluindo. Ok, que você se importasse, mesmo que o achincalhado fosse alguém que você considera digno de sê-lo. Mas duvido que a matéria a faria comentá-la aqui com tais adjetivos, se não fosse alguém de sua admiração.”

Concordo com você, talvez se o “personagem” das reportagens fosse Y, eu não me manifestasse, mas certamente não acharia justo, porque, como também falei no meu comentário anterior, meu post não teve como foco Lirinha, as reportagens foram só um gancho para discutir a forma como o jornalismo está sendo feito. Ressalto, ainda, que também não tive a intenção de “achincalhar” a Veja, poderia ser qualquer outro veículo, até porque procuro manter uma postura analítica em relação a ideologias, nada de extremismos.

Girabela disse...

COLOCANDO MAIS LENHA NA FOGUEIRA:


JC
Lobão ganha novo programa na MTV
Publicado em 18.08.2008
Keila Jimenez [Agência Estado]

No Código, o músico-apresentador recebe duas bandas com uma origem musical em comum e fala a respeito do estilo dos convidados

Era uma vez um lobo que gostava de música. No entanto, o tal lobo, um pouco rebelde, mas muito astuto, não curtia nem um pouco um famoso canal de música. Ou melhor, de videoclipes. Um dia, o canal de música chamou o lobo para um chá e lhe ofereceu um show acústico. O lobo gostou tanto que ganhou um programa só dele. E outro. Opa, outro? É, Lobão hoje, às 23h30, na MTV, o Código.